O Tribunal da Comarca da Boa Vista condenou hoje Jorge Adalberto Tavares a 23 anos e dez meses de prisão pelo homicídio de Gabriela Évora, crime ocorrido em Outubro de 2020, na localidade de Rabil.
Durante a leitura da sentença, o juiz do processo disse que a pena resulta do cúmulo jurídico de duas condenações, do crime de homicídio agravado e atentado contra integridade de cadáver.
O arguido foi ainda condenado a pagar uma indeminização de um milhão de escudos em prestações de 12 prestações mensais aos familiares de Gabriela.
Gabriela Évora foi assassinada pelo ex-companheiro, Jorge Adalberto Tavares, a 14 de Outubro durante um encontro de despedida que os dois teriam agendado, sendo que a vitima iria regressar à sua terra natal, Santo Antão.
Na sequência deste encontro, conforme confessou o arguido na audiência de discussão e julgamento, a morte de Gabriela Évora não foi planeada, mas sim acidental.
De acordo com o Ministério Público (MP), com base nas provas, ambos trocaram chamadas quando Gabriela Évora regressava da cidade de Sal Rei à localidade de Rabi, trajecto que foi dada como desaparecida durante alguns dias.
Conforme contou Jorge Tavares, na localidade de Rabil, Gabriela Évora desceu de uma viatura à porta da sua residência e, ao entrar num quarto, a malograda que se encontrava embriagada o agrediu.
Na sequência, Jorge Tavares relatou que desferiu um soco na cabeça de Gabriela, tendo esta caído no chão, e que de seguida a tentou reanimar, mas sem sucesso.
O arguido contou ainda que Gabriela Évora faleceu de imediato, que num “acto de desespero” colocou o corpo num bidão, juntamente com mais produtos inflamáveis para alimentar a combustão, e com auxílio de um carrinho levou o bidão com corpo dentro, para a ribeira do Rabil e ateou fogo.
O arguido confessou que horas depois recuperou os restos mortais, colocou num saco, jogou no contentor e que durante vários dias fez diligências para livrar-se da condenação do crime praticado.
O juiz do processo considerou que Jorge Tavares agiu de forma livre e consciente, sabendo que a sua conduta iria impossibilitar a localização e identificação do corpo, sublinhando que o arguido sem sentimento de culpa e arrependimento e numa frieza extrema ajudou os familiares a procurar pela Gabriela Évora, mesmo sabendo que a matou e se desfez do corpo.
Em declarações à imprensa, à saída do tribunal, o irmão da malograda, Luís Évora, afirmou que os familiares discordam da sentença, alegando que o arguido merecia pena máxima e que, por isso, vão recorrer da sentença.
O advogado de Jorge Tavares, Valdir Alves, também descorda da sentença avançando que vai recorrer da sentença, argumentando que o arguido deveria ser condenado pelo homicídio negligente e não agravado.
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