Transportes Interilhas: Bispo da Diocese de Mindelo critica “falta de consideração e respeito pelos passageiros”
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Transportes Interilhas: Bispo da Diocese de Mindelo critica “falta de consideração e respeito pelos passageiros”

O bispo da Diocese do Mindelo, Dom Ildo Fortes, criticou hoje aquilo que chamou de “falta de consideração e respeito pelos passageiros” dos transportes marítimos interilhas e defendeu a urgência na resolução dos problemas que afectam o sector.

“Orgulhamo-nos de acolher o Ocean Race e não sei mais o quê e não somos capazes de resolver uma coisa tão básica, urgente e necessária como deslocar-se de uma ilha para outra?” questionou o bispo num post na sua página de rede social Facebook que intitulou de “o desprazer de viajar interilhas”.

Um “desabafo” que aconteceu na sequência de uma viagem que realizou no dia 22 de São Vicente para São Nicolau.

Dom Ildo Fortes afirmou que viajar entre as ilhas de Cabo Verde, quando se consegue, tem sido um “calvário permanente”, sublinhando que só quem não se submete à comum condição dos cidadãos viajantes desconhece “os sucessivos constrangimentos e dissabores” neste capítulo.

“Será possível ou admissível tamanha falta de consideração e respeito pelos passageiros (entre os quais muitas crianças e idosos…) que esperam mais de oito horas dentro de uma gare marítima sem o mínimo de condições?”, voltou a questionar.

Conforme contou, a viagem de São Nicolau com destino a São Vicente prevista para as 16:00 foi adiada para as 20:00, tendo os passageiros sido contactados pela via de SMS que deviam comparecer no cais às 18:00. No entanto, o barco só veio a sair às 02:30 da madrugada do dia 23.

“Sem que mais nenhuma informação tenha sido dada até à hora da partida, nem ninguém da companhia tenha aparecido para explicar ou pedir desculpas pela razão do atraso é no mínimo desrespeito, desprezo, ofensa, descaso pelos utentes e cidadãos que vêm as suas vidas e programações totalmente prejudicadas”, disse.

O prelado entende que, por vezes, podem existir imprevistos operacionais ou atmosféricos, mas critica a falta de respeito para com os passageiros, a falta de organização e as condições de embarque.

“Cada qual a ter que subir com as malas e sacos pelas escadas íngremes e escorregadias (sim pelas escadas) dos diversos pisos do barco para as colocar, cada um à sua maneira, o melhor que puder!”, contou.

Perante esta situação pede que alguém seja responsabilizado por esta situação que conforme salientou “é frequente e atrasa Cabo Verde”.

As críticas ao sector dos transportes marítimos interilhas têm surgido dos cidadãos comuns de várias personalidades e inclusive o Presidente da República, José Maria Neves, que teve de cancelar uma viagem para a ilha da Brava devido à falta de barcos, já chamou a atenção do Governo para a necessidade de solucionar o problema.

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