Trabalhadores cabo-verdianos perspectivam manifestação nacional em Janeiro
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Trabalhadores cabo-verdianos perspectivam manifestação nacional em Janeiro

Um grupo de 12 sindicatos nacionais decidiu marcar para Janeiro de 2020 uma manifestação a nível nacional para reivindicar as promessas feitas pelo Governo e manifestar a insatisfação face a situação socio laboral e político sindical no país.

Esta decisão consta, entre outros aspectos, do rol de medidas saídas do encontro que reuniu no passado dia 23 de Novembro em São Vicente 12 sindicalistas nacionais, ligados nomeadamente ao Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Financeiras (STIF), Sindicato da Indústria, Serviços, Comércio, Agricultura e Pesca (SISCAP) e Sindicato Nacional dos Professores (SINDEP) de Santiago, Sindicato dos Transportes, Comunicações e Administração Pública (SINTCAP) e Sindicato Industria, Comércio e Turismo (SICOTUR), do Sal, tendo na agenda como o ponto fulcral a situação socio laboral do país e definição de uma estratégia para o “resgate” da UNTC-CS.

Durante uma conferência de imprensa hoje, na Cidade da Praia, o representante dos sindicalistas, Eliseu Tavares avançou que a manifestação poderá acontecer a 13 ou 20 de Janeiro, levando em consideração que são datas marcantes, podendo, exactamente por isso, ser factor de uma maior adesão por parte das pessoas, mas sublinhou que as referidas datas vão ser ainda consensualizadas com outros parceiros e sindicatos.

Segundo os sindicalistas, o país está a atravessar por um momento conturbado com um clima de medo nos locais de trabalho, elevada taxa de desemprego jovem, congelamento dos salários em todos os sectores de actividade com consequente redução de poder de compra dos trabalhadores, excesso de morosidade de justiça do trabalho, funcionamento precário da Inspecção-Geral do Trabalho (IGT) e da Direcção-Geral do Trabalho (DGT) e redução de direitos no âmbito da Previdência Social.

Eliseu Tavares, disse ainda, que os trabalhadores reclamam por reclassificação, reenquadramentos, e melhoria salarial, sobretudo os funcionários do Ministério da Agricultura, Educação, Administração Interna, da Justiça, e a redução da idade de reforma dos marítimos.

De acordo com o sindicalista, neste momento 12 sindicatos já estão alinhados com essa medida, mas vão contactar ainda outros parceiros e sindicatos para que a manifestação seja de facto dos trabalhadores de Cabo Verde.

“Propomos aos trabalhadores a realização de uma manifestação nacional no início do próximo ano”, referiu frisando que a ideia é exigir do Governo o cumprimento dos compromissos assumidos para com os trabalhadores cabo-verdianos.

Na ocasião reconheceu ainda que neste momento há uma “crise de liderança” no seio da UNTC-CS, sendo visível o clima de agitação interna levando com que dos 16 sindicatos filiados nesta central sindical, 12 não estejam de acordo com a actual política dessa instituição e com a liderança de Joaquina Almeida.

Conforme sustentou Eliseu Tavares, as acções “desorientadora e o desalinhamento” em relação às políticas sindicais da liderança actual, fez com que a UNTC-CS “deixasse de ser um sindicato credível”.

“O mais importante é reunir o Conselho Nacional, para que de facto a família UNTC-CS esteja unida verdadeiramente, com uma liderança que vá ao encontro das expectativas dos trabalhadores, funcione e se mantenha como uma central de referência”, referiu.

O encontro contou também com a presença do Sindicato Livre dos Trabalhadores de Santo Antão (SLTSA), Sindicato dos Trabalhadores do Maio (STIM), Sindicato dos Trabalhadores da Boa Vista (STBV), o Sindicato de Metalomecânica, Transportes, Turismo e Comunicações (SIMETEC), Sindicado dos Trabalhadores da Função Pública (SINTAP) e o Sindicato da Indústria, Comércio e Serviços (SICS) de São Vicente.

Com Inforpress

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