Seca. 357 famílias do Porto Novo vivem com falta de alimentos e água
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Seca. 357 famílias do Porto Novo vivem com falta de alimentos e água

Quase 360 famílias no Porto Novo, Santo Antão, encontram-se em situação de vulnerabilidade, marcada, sobretudo, pela escassez de alimentos e penúria de água, problemas que estão a ser amenizados com medidas de mitigação da seca.

Porto Novo, com uma taxa de pobreza de 51 por cento, enfrenta um dos piores anos, em termos de pluviosidade, com forte impacto na vida das populações, o que coloca em risco a segurança alimentar de, pelo menos, 357 famílias, que correspondem a mil e 534 pessoas, segundo dados avançados pela edilidade.

Trata-se de famílias que vivem, predominantemente, nas zonas altas (Planaltos Norte e Leste) que, por causa da seca, “o pior dos últimos dez anos” ocorrida neste município santantonense, têm-se deparado com a escassez de alimentos e falta de água potável.

Contudo, graças ao programa municipal de emergência para a mitigação dos efeitos da seca, estimado em 80 mil contos, medidas a nível de criação de empregos, auto-transporte de água e salvamento do gado estão a ser tomadas para atenuar a situação difícil das famílias, que ameaçam deslocar-se aos centros urbanos.

Aliás, já houve casos de deslocações de famílias que, neste ano de seca “muito particular”, alegando razões de sobrevivência, já se fixaram na cidade do Porto Novo.

Não obstante, o presidente da câmara acredita que, com as acções previstas para atenuar os efeitos nefastos da seca que fustiga Porto Novo, vai-se poder melhorar a vida das pessoas e manter as famílias nas zonas rurais.

Os responsáveis locais têm estado a sensibilizar a Organização das Nações Unidos para Agricultura e Alimentação (FAO) para a situação de vulnerabilidade do concelho do Porto Novo, na esperança de poder mobilizar os meios necessários para socorrer as famílias castigadas pela seca.

Com o programa de emergência para atenuar os efeitos do mau ano agrícola, foi possível criar, em Dezembro, 380 postos de trabalho no Porto Novo, mas o edil, Aníbal Fonseca, já pediu o reforço do programa, face ao “impacto muito forte” da seca neste concelho, um dos mais áridos do arquipélago.

O problema de água nos planaltos Norte e Leste estão, todavia, com os dias contados, segundo as autoridades municipais.

Ainda em Fevereiro, deve arrancar o projecto de abastecimento de água no Planalto Norte, que será executado em quatro meses, segundo a edilidade.

Em relação ao Planalto Leste, também, ainda em Fevereiro, a água vai estar nas torneiras das casas, com a com conclusão do projecto de abastecimento de água à essa localidade.

Quando ao salvamento do efectivo pecuário gado, estimado em 24 mil cabeças em todo o concelho, quase 300 criadores já beneficiaram, com a entrega de um total de 8 mil e 710 vales cheques.

No município do Porto Novo, onde a seca afecta 80% das famílias, existem quase duas mil explorações pecuárias, com 62% da população rural a viver da criação de animais.

Com Inforpress

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