A direção nacional da Polícia Nacional vai recrutar mais 132 agentes, no âmbito do concurso que vai decorrer nos próximos 20 dias, segundo anúncio oficial.
O concurso lançado pela direção nacional visa o preenchimento de 132 vagas de ingresso na carreira de agentes daquela força policial, num curso de formação que vai decorrer durante seis meses no Centro Nacional de Formação da Polícia Nacional.
“Os candidatos aprovados no curso serão nomeados agentes de segunda classe da Polícia Nacional e ficam sujeitos ao regime probatório de dois anos, podendo ser colocados em qualquer comando, unidade ou serviço, cujo desempenho deverá ser objeto de avaliação e de um relatório final”, lê-se no anúncio do concurso, lançado na quinta-feira ao final do dia.
A ministra da Modernização do Estado e Administração Pública cabo-verdiana, Edna Oliveira, reconheceu na quarta-feira, no parlamento, o impacto das situações de abandono de lugar e reforma de polícias, mas garantiu ser um problema relacionado com a emigração no Fogo e Brava.
“O abandono de lugar a que se refere não é generalizado. Ele existe mais concretamente em duas ilhas, que é a ilha do Fogo e a ilha da Brava, e é um fenómeno que está ligado à emigração”, explicou Edna Oliveira, questionada pelos deputados, no parlamento, sobre as limitações do efetivo policial no país.
“A maioria das pessoas nessas ilhas emigram para os Estados Unidos da América”, acrescentou.
A governante foi indicada pelos deputados da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) para o instituto de perguntas ao Governo na primeira sessão parlamentar ordinária de maio.
“E tem também a ver, muitas vezes, com as condições que havia na polícia, que foram seguramente melhoradas por este Governo. Um polícia que ia de férias pensando que ao regressar continuaria a ganhar 40 e tal contos [40 mil escudos, 362 euros], se calhar fica reticente e não regressa”, reconheceu.
Contudo, afirmou que a situação “reduziu-se bastante, exatamente porque foram melhoradas as condições salariais” pelo Governo que integra.
A Polícia Nacional de Cabo Verde recebeu em 01 de março último mais 132 agentes, a primeira incorporação desde 2019, mas o efetivo total, que ronda os 2.000 operacionais, ainda é insuficiente para as necessidades, disse nessa altura o ministro da Administração Interna.
“Nós temos muitas saídas ao longo do ano, principalmente por causa das aposentações. Depois temos abandonos e, em terceiro lugar, temos medidas disciplinares”, explicou Paulo Rocha, em declarações à margem do encerramento do XI Curso de Formação Inicial de Agentes, realizado na Praia.
Daí que segundo o ministro da Administração Interna, a Polícia Nacional enfrenta “um défice” no número de agentes, nomeadamente nas ilhas de Santo Antão, Fogo (Mosteiros) e Santiago (Praia e Tarrafal), que ainda não será resolvido com estes novos agentes.
“Esta é mais uma etapa do processo de formação dos agentes que ingressam na Polícia Nacional. Este é o XI curso da Polícia Nacional, relembro que desde 2019 não tínhamos conseguido realizar nenhuma outra incorporação, e que vem reforçar os efetivos a nível nacional. Temos algumas ilhas com maior carência e este contingente vem reforçar precisamente lá onde nós precisamos, com caráter de maior prioridade”, afirmou o governante.
Os 132 novos agentes da Polícia Nacional de Cabo Verde realizaram a formação ao longo de sete meses, num concurso que contou com mais de 2.000 candidatos na primeira fase, antes da seleção final.
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