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Mindelo. Movimento levanta voz contra destruição do Património Histórico na cidade
Sociedade

Mindelo. Movimento levanta voz contra destruição do Património Histórico na cidade

O Movimento para a Salvaguarda do Património Histórico e para o Desenvolvimento de São Vicente pediu hoje a “reconversão” do projecto de um centro comercial em curso, na Praça Dra. Maria Francisca, em parque de estacionamento. E acusa a Câmara Municipal e o Ministério da Cultura por esta acção de "destruição ou descaracterização" do Património Histórica na cidade do Mindelo. 

O porta-voz do movimento, Maurino Delgado, em conferência de imprensa, no Mindelo, precisou que, para além da “destruição ou a descaracterização” de “mais um” património histórico, ao invés de um centro comercial, o interesse público, para aquela zona, seria a construção de um parque de estacionamento de viaturas, já que o único espaço que ainda existe e que pode servir para esse fim é justamente aquele onde se pretende construir o centro comercial.

Ademais, a “destruição da praça”, conforme a mesma fonte, é uma “afronta” perante uma figura “marcante” da história de Cabo Verde, Maria Francisca Sousa, a “primeira mulher médica cabo-verdiana”.

“Nós defendemos o património histórico por causa do turismo cultural que traz muito emprego”, lançou a mesma fonte, que aproveitou para fazer um levantamento daquilo que classificou como ”caos urbanístico” e “destruição do património histórico”, tendo nomeado o ex-Consulado Inglês, que vai dar lugar a um hotel, e a construção de moradias no canal de água das chuvas, em Chã de Alecrim.

“São Vicente, um dia, vai chorar o seu património histórico”, lançou Maurino Delgado, para quem Governo e Câmara Municipal de São Vicente “não governam a ilha no interesse de todos os munícipes” perante a “destruição imparável” do património histórico de São Vicente.

O activista social não poupou o ministro da Cultura que acusou de “cumplicidade” em todo o processo, ao “desregulamentar o sistema” para “facilitar determinados interesses”.

Citou a extinção das curadorias dos centros históricos, o “despedimento por e-mail” do ex-presidente do Instituto do Património Cultural (IPC) e a alegada “insinuação”, que atribuiu a Abraão Vicente, de haver um grupo em São Vicente “contra o desenvolvimento da ilha”.

Por fim, o porta-voz do Movimento para a Salvaguarda do Património Histórico e para o Desenvolvimento de São Vicente considerou que a ilha se encontra “atrasada por culpa dos seus filhos” e de “uma elite” que “não faz pressão sobre o poder local” para uma “melhor condução” dos destinos do município.

O terreno onde se situava a Praça Dra. Maria Francisca, defronte ao edifício da central sindical UNTC, foi vendido pela Câmara Municipal de São Vicente, ao tempo presidida por Onésimo Silveira, a um privado que já iniciou ali obras para a construção de um centro comercial.

Com Inforpress

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Redação