A presidente do INSP confirmou hoje, após a confirmação do Instituto Pasteur do Senegal, a detectação dois casos de dengue autóctones no concelho da Praia e alertou a população para manter o meio ambiente mais saudável.
Em declarações à imprensa, a presidente do Instituto Nacional da Saúde Pública (INSP), Maria da Luz Mendonça, afirmou que três casos suspeitos de dengue foram enviados para o Instituto Pasteur do Senegal para confirmação, sendo que dois resultam positivo e um negativo.
“As duas pessoas com confirmação positivo para dengue não possuem nenhum histórico de ter estado em países com este tipo de patologia, mas sabemos que Cabo Verde recebe várias pessoas, particularmente da nossa região africana, assim como Brasil, pelo que temos de reforçar a alerta para este tipo de epidemia”, disse.
A responsável pelo INSP realçou ainda que a delegacia de saúde da Praia já está no terreno a investigar para poder entender a trajetória destes casos de dengue e reforçar a procura dos focos para a sua eliminação.
Referiu que em 2016 tinha havido um surto de dengue com mais de 30 casos, mas que neste momento o objetivo é trabalhar para reforçar a eliminação de focos e apelar a população para a sensibilização sobre os cuidados a manter visando eliminar os mosquitos vectores da doença.
Questionada se o saneamento da capital do país tem contribuído para esta aparição de casos de dengue, Maria da Luz Mendonça chamou atenção para uma melhoria do saneamento básico, alegando que estes casos estão relacionados precisamente com o saneamento do meio em que vivemos.
Disse ainda que se o país quer certificar o paludismo, não quer também ter dengue, daí a necessidade de todos trabalharem em prol do saneamento básico, sobretudo na cidade da Praia.
Neste âmbito, apelou aos responsáveis locais e à população praiense a ter mais cuidado com o lixo e com a água estagnada, factores essenciais para a reprodução de mosquitos vectores para a dengue.
Além dos cuidados básicos, como evitar água parada e manter a limpeza frequente do meio ambiente, a presidente do INSP ressaltou que é essencial o uso de repelentes para evitar a picada do mosquito e ter-se cuidado com os sintomas da doença que se manifesta através de febre, dores musculares, dor ao movimentar os olhos, mal-estar geral e dor de cabeça.
Caso as pessoas tenham esses sintomas, avisa que devem procurar o sector da saúde e não se automedicar, principalmente, a não tomarem ibuprofeno.
Cabo Verde foi fustigado pela epidemia da dengue em 2009 com registos que apontaram para 21.383 casos suspeitos, com evolução de 174 para febre hemorrágica e seis óbitos.
De Janeiro a Junho de 2010, o país registou 305 casos da dengue, sendo os concelhos da Praia e São Filipe os que mais casos afectados.
Em 2016 o país voltou a registar em finais de Dezembro de 2016 até Devereiro de 2017, 23 casos de dengue.
Em Cabo Verde existem duas espécies de mosquitos transmissores de doenças, designadamente o Anoppeles gambiae – vector do paludismo –, e o Aedes Egypti – vector da dengue, febre-amarela, chikungunya.
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