O líder do sindicato dos policias, José Barbosa, terá sido “desarmado e reformado compulsivamente”, assim como o secretário do Sinapol, como consequência da greve da classe nos dias 27, 28 e 29 de Dezembro de 2017. O director da PN, Emanuel Estaline, apenas confirma que houve duas medidas disciplinares da sua direcção e um da tutela.
O director nacional da Polícia Nacional, Estaline, confirma medidas disciplinares sobre alguns dirigentes do Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), garantindo que é um processo em curso em que os visados podem ainda recorrer da decisão. À pergunta se foi a tutela da Polícia Nacional que tomou a decisão, Estaline respondeu nesses termos: “Foram três processos disciplinares: dois decididos pela Direcção Nacional e um que foi para a tutela para decisão”.
Segundo ele, um dos processos “está ainda em andamento” e disse que existem “outros mecanismos” que os visados podem utilizar em ordem a ser “resolvida a situação”.
Fontes da polícia nacional garantem que, na sequência da greve dos agentes policiais no ano passado, o líder sindical, José Barbosa, "foi desarmado e reformado compulsivamente”, assim como o secretário do Sinapol.
O presidente do sindicato da polícia, contactado pela agência cabo-verdiana de notícias, afirmou não ter conhecimento de qualquer punição a que foi alvo. Entretanto, uma outra fonte do mesmo sindicato, confirmou que “são verídicas as informações” vindas a público, ou seja, José Barbosa foi reformado compulsivamente.
Por sua vez, José Manuel Vaz, presidente da Confederação Cabo-verdiana dos Sindicatos Livres, central onde está filiado o Sinapol, disse à Inforpress que dispõe de “informações isoladas” sobre o assunto e que não está na posse de “todos os dados a nível nacional” referentes ao caso.
“Tudo indica que houve punições, mas não é apenas do presidente, há mais dirigentes. Nós queremos ter dados sobre todos os dirigentes que foram punidos para podermos fazer um pronunciamento já a partir de amanhã (sábado)”, completou este sindicalista para quem se está perante uma situação “muito delicada” que carece de “dados fiáveis e concretos”.
Entretanto, a Inforpress avança que aos coordenadores sindicais e delegados lhes foram aplicadas penas que vão até 125 dias de suspensão, mas com efeitos suspensivos.
A greve dos agentes da PN aconteceu nos dia 27, 28 e 29 de Dezembro, depois de a classe não ter chegado a acordo com o Governo para o melhoramento salarial, atribuição de subsídio de 25 por cento para o pessoal condutor e a redução da carga horária, uma vez que há agentes que trabalham mãos do dobro daquilo que é previsto.
A greve teve uma adesão de 95% dos efectivos, mesmo contando com a requisição civil decretada pelo Governo. Na altura, o ministro da tutela anunciou medidas disciplinares contra os policiais grevistas, o que acaba de ser concluida com a punição do presidente do Sinapol, do secretário e entre outros.
Santiago Magazine/Inforpress
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