O Governo prevê a conclusão até maio do próximo ano da gráfica de segurança da Imprensa Nacional, que vai passar a produzir documentos de segurança no país, como Cartão Nacional do Cidadão e Passaporte.
A previsão foi feita à imprensa, na cidade da Praia, pela ministra da Presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares, Janine Lélis, no final de uma vista às obras de remodelação da Imprensa Nacional de Cabo Verde (INCV), Achada Grande Frente, e às instalações provisórias dessa instituição, em Achada Grande Trás.
A ministra disse que as informações que lhe foram avançadas é que as obras na Imprensa Nacional deverão ficar concluídas em 31 de maio de 2023, incluindo uma gráfica de segurança, para essa instituição “entrar numa nova perspetiva de evolução”.
“Porque a partir desse momento, das novas instalações, dessa nova capacidade técnica e de segurança, nós também poderemos, com certeza, oferecer e colocarmos como prestadores de serviços para outras entidades nacionais e internacionais”, perspetivou.
Com a gráfica, Cabo Verde vai passar a personalizar no país documentos de segurança como passaporte, cartão nacional de identificação, cartão de residência, entre outros, que atualmente são emitidos em Portugal.
“Esta construção e este esforço de investimento, que é significativo, é exatamente para reforçar a nossa própria soberania, no sentido em que todos os esforços devem ser feitos para que possamos ter a nossa autonomia e capacidade própria de ter esses documentos tão essenciais”, frisou ainda Janine Lélis.
A ministra destacou também a importância e relevância do edifício no papel que a própria Imprensa Nacional tem no reforço do Estado de direito e da democracia, fazendo a publicação dos Boletins Oficiais e tudo o que é do Estado.
A gráfica de segurança é um dos grandes investimentos da INCV, orçada em cerca de 470 milhões de escudos (4,2 milhões de euros), sendo 235 milhões de escudos (2,1 milhões de euros) recorrendo à banca, com aval do Estado, e o restante será financiado pela União Europeia.
Com 180 anos, a INCV é uma das mais antigas empresas do arquipélago que, além da produção e distribuição gratuita do Boletim Oficial através da Internet, assegura a produção de livros, cartões, revistas, através da unidade gráfica, empregando 60 trabalhadores.
A Lusa noticiou em outubro que os lucros da empresa cresceram 83,9% em 2020, para 76,4 milhões de escudos (690 mil euros), face ao aumento na produção legislativa e do Boletim Oficial da República, devido à pandemia.
Com um volume de negócios de 171,9 milhões de escudos (1,5 milhão de euros) em 2020 (+18,6% face a 2019), a INCV produziu 142 edições da primeira série do Boletim Oficial e 180 da segunda série, além de 37 suplementos, totalizando 4.286 páginas.
Comentários