O Governo lançou hoje os primeiros manuais escolares do ensino secundário, criados de raiz para o arquipélago, com a ambição de alinhar o sistema educativo com os mais avançados, anunciou o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
“Os manuais do nono ano que agora se apresentam são parte importante da reforma do ensino secundário, que visa uma ambição: alinhar o nosso sistema educativo com os mais desenvolvidos, nomeadamente, da OCDE”, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, referiu, na cerimónia oficial de lançamento, no palácio do Governo, na cidade da Praia.
Os manuais estão disponíveis gratuitamente no site do Ministério da Educação.
Em Cabo Verde, o ensino básico obrigatório dura até ao 8.º ano de escolaridade e o secundário arranca no 9.º ano.
“Os países dão saltos” no desenvolvimento, não apenas com “máquinas e estradas”, mas “com pessoas bem preparadas, estimuladas, com um ambiente que as motiva, através do conhecimento e inovação e é isto de que nós precisamos”, acrescentou o líder do Governo.
A portuguesa Porto Editora venceu o concurso lançado pelo Governo cabo-verdiano e em sete meses editou e imprimiu oito manuais para os alunos, mais guias complementares para professores e material digital interativo.
Mais de 80 pessoas participaram no processo, em Portugal e Cabo Verde, destacou Miguel Martins, diretor internacional da editora.
Cabo Verde está no centro dos textos e fotos, nas capas, exemplos e estrutura das diferentes disciplinas.
Ao nível da integração de novas tecnologias, as páginas dos manuais têm códigos (QR code) que abrem vídeos e ficheiros de som para ajudar, por exemplo, a pronunciar palavras em inglês ou francês, perceber melhor um mapa, diagrama ou conceito.
A reforma que já tinham alcançado para o 8.º ano chegou agora ao 9.º ano de escolaridade e o objetivo é, até 2026, levá-la até ao 12.º ano.
Os livros já estão disponíveis a preço simbólico em livrarias e postos de correio, e de forma gratuita para as famílias mais vulneráveis, referiu o primeiro-ministro, garantido que não haverá obstáculos no acesso aos manuais.
O projeto faz parte de uma reforma apoiada pelo Banco Mundial.
Na plateia, assistiu ao lançamento o ministro da Educação português, João Costa, que realiza uma visita ao país para lançar o polo do Mindelo, ilha de São Vicente, da Escola Portuguesa de Cabo Verde (sediada na capital, Praia) e abordar outras matérias no domínio da cooperação.
Cabo Verde iniciou a implementação da nova matriz curricular no ensino secundário, com a introdução de novos programas, no ano letivo 2021/22.
Na altura, ficou decidido que “os materiais didáticos só seriam apresentados após a validação destes programas”.
“Deste modo, para o ano letivo 2023/24, os programas experimentados e consolidados nos anos anteriores deram origem à edição dos manuais escolares, guias para docentes e materiais interativos”, detalhou o Governo em comunicado.
Segundo o executivo, trata-se de “um objetivo há muito desejado: fornecer materiais didáticos no ensino secundário que reflitam a realidade cabo-verdiana e que, simultaneamente, contribuam para o desenvolvimento” dos alunos.
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