O diretor Nacional da Saúde, Artur Correia, disse ontem que Cabo Verde está a duplicar o número de pacientes evacuados durante o ano para Portugal, custando ao Estado milhares de contos.
Artur Correia fez esta consideração à imprensa, quando reagia ao caso da Sharon Lopes, a criança de 4 anos diagnosticada com cancro em estágio avançado, que aguardava evacuação para Portugal, entretanto veio a falecer.
Conforme explicou, Cabo Verde devia evacuar cerca de 300 doentes e está a duplicar esse numero, mas quer gerir da melhor forma esta situação, para não por em causa a cooperação com Portugal, que “ajuda bastante” o arquipélago neste processo.
O director Nacional da Saúde explicou que o país já “avançou bastante” em várias especialidades na área de saúde, apontando a ortopedia em que há registo de ganhos “bastante acentuados”, sendo que era uma duas principais causas de evacuação.
Por outro lado, defendeu que neste momento, com o novo hospital que está sendo projectado, sobre a mesa está possibilidade de aumentar, ainda mais, a autonomia em relação a várias especialidades que são objecto de evacuações para Portugal.
Artur Correia admitiu, no entanto, a necessidade de aperfeiçoamento no sistema nacional de evacuações, abrindo portas, inclusive, a cooperação com outros países, além de Portugal.
O responsável informou que processo de evacuação começa quando forem esgotadas as capacidades cientificas, técnicas e tecnológicas no país para o diagnóstico, tratamento e seguimento dos pacientes.
Nesta situação, o Sistema Nacional de Saúde recorre a evacuação para Portugal ao abrigo da cooperação existente entre os dois países, na área de saúde.
Os processos de evacuação são propostos pelo médico assistente e submetidos às juntas de saúde, quer de Sotavento quer de Barlavento, conforme o caso.
“As juntas analisam o processo e decidem se é caso de evacuação ou não, de acordo com a situação clínica dos pacientes”, informou.
Após isso, referiu, os relatórios das juntas são submetidos ao Ministro da Saúde e da Segurança Social para homologação, o que acontece no mesmo dia ou no máximo no dia seguinte.
Os relatórios homologados são introduzidos imediatamente no sistema informático que são visualizados automaticamente pela Direcção Geral de Saúde de Portugal (DGSP) e pela Embaixada de Cabo Verde, em Lisboa.
Por fim, adiantou, o Ministro da Saúde e da Segurança Social aguarda a marcação das consultas por parte de DGSP, conforme as vagas disponíveis para consultas e tratamento.
Com Inforpress
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