A cerimónia de imposição de fitas dos alunos finalistas do 12º ano da Escola Secundária de São Miguel, no interior de Santiago, marcada para esta quinta-feira, 18 de julho, às 9 horas da manhã, foi adiada devido ao desaparecimento do alfaiate responsável pela confeção das batinas. A informação foi confirmada publicamente pela professora Edna Suzeth de Barros, através de uma publicação na sua conta pessoal do Facebook.
Segundo a professora, cerca de 100 alunos foram afetados pelo imprevisto, que ocorreu a poucas horas da realização da cerimónia, considerada um dos momentos mais marcantes da vida escolar. Segundo a docente, muitos pais esgotaram recursos financeiros para garantir a participação dos filhos com todos os elementos necessários, incluindo o pagamento antecipado das batinas desde Março e Abril. No entanto, garantiu que até ao momento os trajes não foram entregues, alegadamente por incumprimento do alfaiate, “cuja localização é agora desconhecida”.
Além dos encargos financeiros, há também, Segundo Edna Barros, o impacto emocional, uma vez que os alunos que já tinham tudo preparado, famílias que viajaram do estrangeiro para o evento, cabeleireiras e barbeiros que trabalharam noite dentro para atender à elevada procura, e confeiteiras com bolos prontos para entrega.
“Tudo está parado por conta da batina que não foi concluída. É uma irresponsabilidade que fere os sentimentos de muitos jovens e das suas famílias”, escreveu a professora.
Na publicação, Edna Suzeth de Barros responsabiliza também a direção da escola, que, segundo afirma, tem dado sinais sucessivos de desorganização e falta de liderança. A docente propõe medidas preventivas, como a criação de uma comissão de finalistas com supervisão adulta, visitas periódicas ao local de confeção dos trajes, definição de prazos de entrega com antecedência mínima de uma semana e maior responsabilização na escolha de fornecedores.
Apesar de antecipar possíveis represálias, a professora declarou que decidiu tornar o assunto público por considerar que se trata de uma situação grave, que exige responsabilização e mudança de postura. “Não me escondo por detrás de perfis falsos para denunciar um problema sério. Estou a dar voz aos alunos e aos seus encarregados de educação, que merecem respeito”, concluiu.
Até o momento, a direção da escola ainda não se pronunciou.