Um documentário sobre o político africano independentista Amílcar Cabral, do realizador espanhol Miguel Eek, coproduzido por Portugal, vai estar em novembro no Festival Internacional de Documentário de Amesterdão (IDFA), hoje anunciado.
“Amílcar” é "não só um retrato de alguém que lutou pela liberdade como também é sobre a luta de Cabo Verde e Guiné-Bissau pela independência", descreveu a diretora artística do IDFA, Isabel Arrate Farnandez, na apresentação da programação.
O documentário, que vai ter estreia mundial naquele festival, na competição “Envision”, resulta de cinco anos de trabalho em torno de “uma figura polémica que desperta opiniões diversas tanto na Guiné-Bissau como em Cabo Verde e Portugal", escreveu o realizador Miguel Eek na sua página oficial.
“Amílcar” é uma coprodução entre Espanha, França, Suíça, Cabo Verde e Portugal, pela Lx Films, e conta com direção de fotografia de João Pedro Plácido.
“Vivemos tempos conturbados, em que a intolerância grassa pela Europa e não só. Hoje, a vida de Cabral lembra-nos que os direitos de justiça social, conquistados pela nossa civilização, não são eternos, mas devem ser reconquistados a cada geração; e que não há maior perigo do que o esquecimento”, refere Eek em nota de intenções.
A 38.ª edição do IFDA vai decorrer na capital neerlandesa de 13 a 23 e novembro e já tinha anunciado anteriormente que um dos destaques será o cinema da realizadora portuguesa Susana de Sousa Dias.
O festival vai dedicar-lhe uma retrospetiva e apresentará, em estreia mundial e em competição, o mais recente filme, "Fordlândia Panacea" (2025), no qual a realizadora regressa à história de uma antiga empresa fundada por Henry Ford na floresta amazónica, em 1928, já abordada no filme “Fordlandia Malaise” (2019).
Na competição de curtas-metragens do IFDA estará “O Rio Infinito”, segunda obra do realizador e produtor Gonçalo Pina.
“A obra de Gonçalo Pina retrata as pessoas que todos os dias atravessam o rio [Tejo] para cuidar, construir e servir uma cidade que, no final do dia, as vê partir com uma indiferente distância, como se o seu esforço fosse invisível”, descreve a Agência da Curta-Metragem em nota de imprensa.
O IFDA vai mostrar também “As Estações”, de Maureen Fazendeiro, “Memória das borboletas”, coprodução lusoperuana de Tatiana Fuentes Sadowski, e “Una película de miedo”, coprodução portuguesa do realizador brasileiro Sergio Oksman.
O IDFA, um dos mais importantes festivais dedicados ao cinema documental, teve entre convidados de honra de edições anteriores cineastas como Agnès Varda, Werner Herzog, Laura Poitras, Gianfranco Rosi e Wang Bing.
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