O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Augusto Veiga, destacou hoje o legado artístico e humano deixado por Romeu di Lurdis, sublinhando que o músico, compositor, intérprete e ativista político e social será lembrado não apenas pelas suas canções, mas também pelo exemplo de cidadania e compromisso social. As declarações de “Gugas” surgem no dia em que o corpo do autor de Paraízu Praia foi a enterrar na capital do país.
Em declarações à Inforpress, à margem da cerimónia fúnebre, realizada hoje, na cidade da Praia, Augusto (“Gugas”) Veiga - também ligado à música durante vários anos, enquanto empresário do setor - afirmou que Romeu di Lurdis “cantou Cabo Verde com autenticidade e amor” e que a sua obra representa “um testemunho de identidade e orgulho nacional”, sublinhou.
“Era um homem sereno, educado, que usava a música para expressar o seu amor à sua cidade, à Praia, e ao seu país. As suas letras tinham profundidade e uma ligação genuína com o povo”, frisou o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas.
Augusto Veiga considerou, ainda, que o desaparecimento físico do artista “deixa uma lacuna difícil de preencher”, mas acredita que o reconhecimento popular e institucional pela sua contribuição “tornar-se-á ainda mais evidente com o tempo”.
Homenagem à altura do “valor” e “entrega” de Romeu di Lurdis ao país
O ministro garantiu, por outro lado, que o executivo vai prestar-lhe uma homenagem pública “à altura do seu valor e da sua entrega ao país”, assegurando que o reconhecimento oficial acontecerá “em tempo oportuno e com toda a dignidade”.
“O Governo vai prestar-lhe a homenagem que merece, com dignidade e respeito, em reconhecimento à sua dedicação e ao valor da sua obra”, assegurou Augusto Veiga.
O ministro da Cultura e das Indústria Criativas terminou com uma mensagem de solidariedade à família e amigos, lembrando que Romeu di Lurdis “será sempre parte da história cultural de Cabo Verde”.
O músico, compositor, intérprete e ativista político e social Romeu di Lurdis, de 36 anos, faleceu na quinta-feira da passada semana, dia 09, em Portugal - vítima de um ataque cardíaco -, para onde se tinha deslocado para um concerto musical programado para o sábado seguinte, 11, no Auditório da Igreja de Damaia.
Homem de “Kuraçon Aberto”
Romeu di Lurdis é conhecido pelas suas canções, como Ranja ku mi, Txitxaru Fresku, Barku di Alentu, Fera na Sukupira, Nha Rubera, Midjor Mai di Mundu, Imigrason, Sonhu Sufridu, Amargura, Vida di Studanti, Paraízu Praia, Tirsidjadu, Boita na fazenda e Mudjer.
O músico, compositor e intérprete lançou em janeiro deste ano o seu último trabalho discográfico, intitulado “Kuraçon Aberto”, álbum editado cinco anos após ter gravado o seu primeiro registo fonográfico, “Amoransa”.
Para além da sua presença no campo da música, da poesia e da ação social, Carlos Manuel Tavares Lopes, nome civil de Romeu di Lurdis, teve uma passagem na política, já que concorreu, em duas eleições autárquicas, à Câmara Municipal da Praia, e foi presidente do Partido do Trabalho e da Solidariedade (PTS).
Carlos Lopes – para todos os efeitos, Romeu di Lurdis – era também conhecido pela sua generosidade e um grande coração aberto para o mundo.
C/Inforpress
Foto: Captura de imagem/Facebook
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