O Sindicato dos Professores de Santiago (SIPROFIS) propõs esta terça-feira, 9, ao Ministério da Educação a realização de um concurso de professores não-presencial, para evitar a propagação do novo coronavírus no país.
A proposta da SIPROFIS surgiu na sequência de uma nota informativa do Ministério da Educação, publicada na segunda-feira, que dá conta da contratação de 242 docentes para o próximo ano letivo, sendo 121 devido a “aposentação e outras mobilidades” e igual número “referente aos docentes contratados até 31 de julho de 2020”.
O Ministério da Educação referiu que os docentes contratados até julho deste ano resultaram de substituições e mobilidades previstas no quadro legal, nomeadamente licença sem vencimento, licença de parto, rescisão de contrato e alguns casos de falecimentos ao longo do ano letivo.
Mas tendo em conta que esses docentes participaram no concurso, foram aprovados, e não selecionados, e recrutados posteriormente devido ao aparecimento das vagas ao longo do ano letivo, o Ministério da Educação, em articulação com a Direção Nacional da Administração Pública, decidiu não os submeter a concurso, a título excecional.
“Em relação ao recrutamento e, dada a pandemia da covid-19, o SIPROFIS propõe ao Ministério da Educação e a Direção Nacional da Administração Pública o concurso documental de modo a evitar mais propagação e salvaguardar a saúde de todos”, sugeriu o sindicado, em nota assinada pelo presidente, Abraão Borges.
E tendo em conta a pandemia do novo coronavírus, o sindicato que representa os professores da maior ilha de Cabo Verde notou que irá propor o aumento do número de professores por escolas, devido à necessidade de distanciamento social entre alunos, que requer uma redução de 50% do número de alunos por sala de aula.
“Consubstancialmente, irá exigir o recrutamento de um número superior ao indicado pelo Ministério da Educação para que ao longo do ano letivo, não venha a ter situações adversas, que pode não refletir a qualidade da educação almejada”, sustentou o sindicalista.
Abraão Borges exorta ainda o Ministério da Educação de Cabo Verde a ter em conta todos os direitos adquiridos dos professores que vão para a reforma ainda este ano, bem como a resolução das “pendências que vem amontoando ano após ano”.
Também apelou à tutela para melhorar a comunicação com os parceiros sobre assuntos pertinentes que refletem a política educativa em Cabo Verde.
Cabo Verde regista um acumulado de 567 casos da covid-19 diagnosticados desde 19 de março, com cinco óbitos, mas 270 já foram dados como recuperados.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 404 mil mortos e infetou mais de sete milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
Com Lusa
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