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Covid-19. Médico e enfermeiro do HAN infectados por paciente que ia ser evacuado para São Vicente
Sociedade

Covid-19. Médico e enfermeiro do HAN infectados por paciente que ia ser evacuado para São Vicente

Um médico-cirurgião, director de serviço, e um enfermeiro na Traumatologia do Hospital Agostinho Neto estão infectados com coronavírus, na sequência de contacto com um paciente que momentos antes de ser evacuado para uma operação em São Vicente testou positivo à doença. Uma servente que apoia todas as enfermarias também está infectada. HAN avança com testes rápidos a pacientes e profissionais de saúde.

Um homem que deu entrada no Hospital Agostinho Neto esta semana com uma fratura na perna acusou positivo ao coronavírus, na colheita de amostras do dia 12, depois de internado. Os serviços hospitalares só deram conta quando decidiram testar o paciente antes de este ser evacuado para São Vicente, onde seria submetido a intervenção cirúrgica no fémur por causa de uma avaria num equipamento de intensificação de imagens no processo operatório na maior unidade hospitalar do país.

Logo a seguir, o médico-cirurgião, que é director do serviço, e o enfermeiro que estiveram a acompanhá-lo tiveram que ser submetidos a testes rápidos e os resultados deram positivo a coronavírus, segundo revelou ao Santiago Magazine um responsável do HAN. Uma servente que presta apoio a todas as enfermarias do hospital central da Praia – levando, por exemplo álcool gel aos profissionais de saúde – também acusou positivo à doença.

Contactado por Santiago Magazine, o presidente do Conselho de Administração do HAN não quis confirmar a veracidade destes casos, preferindo antes afirmar que desde a semana passada que o maior centro hospitalar do país tem estado a efectuar testes rápidos a todos os funcionários e a pacientes antes de serem submetidos a intervenção cirúrgica, um procedimento que, segundo Júlio Andrade, tem ajudado a controlar casos de Covid-19 no HAN.

“Já instalamos testes rápidos aqui no HAN, portanto além do PCR que leva três ou mais dias, temos agora testes rápidos. Porque o PCR não nos permite actuar em tempo útil em termos de organização do hospital quanto a cirurgias, internamentos… Introduzimos os testes rápidos que, no entanto, não são fidedignos. Em termos de fiabilidade não é tão alta quanto o PCR. Significa que pode haver falsos positivos e falsos negativos, pois vai analisar anticorpos que o doente tem no sangue. Se já tiver contacto com coronavírus - e veja, há vários tipos de coronavírus - pode dar positivo, mas temos que pedir PCR que vai detectar especificamente o novo coronavírus Covid-19”.

O gestor confirma a avaria num dos equipamentos de apoio a cirurgias – “não é necessário para todas as cirurgias”, garante – e que por isso seria normal recorrer aos serviços operatórios do Hospital Baptista de Sousa. “O que estamos a fazer agora é todos os doentes antes de qualquer cirurgia, endoscopia ou entubação serem submetidos a testes rápidos de coronavírus. Desde segunda-feira que estamos a fazer isso. E desde então já descobrimos casos de doentes crónicos que deram positivo para anticorpos para coronavírus, mas não quer dizer que se trata de Covid-19, isso o PCR dirá”, insiste Júlio Andrade (ver entrevista).

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Redação