Quantas vezes pensamos que tudo ia dar certo e que os cursos da situação não mudariam nem um pouco. Quantas vezes achávamos que nossos planos seriam "mar de rosas", até que descobrimos que na realidade a vida tem outros contornos e outras vicissitudes. As realidades circunstânciais vieram a ditar outras páginas, com escritas bem diferentes.
A capacidade de encarar a vida com profunda lucidez, ao mesmo tempo, crescer junto aos desafios, nos possibilitam uma âncora substâncial no combate a qualquer situação que venha se impor. Qualquer ilusão cega se torna uma aliada negativa contra a boa performance, que deveríamos somar diante das surpresas. As nossas construções superficiais, as razoabilidades cíclicas, formam as entrelinhas, criando bloqueios contra uma ação assertiva diante da vida. Isto é, dificultam a capacidade de resistir aos empates, formando uma dicotomia pessoal e intima na dimensão cognitiva.
O que deveria ser compreendida com clareza e inteligência, passa a ser uma luta maior, no campo da superação e na busca de solução. A vida não segue um curso linear, as mutabilidades fazem parte do crescimento pessoal, da construção da personalidade e na formação de uma identidade psíquica e espiritual robusta. Nada como antes, pois, as circunstâncias ditaram outras regras, os desafios vieram e as respostas foram outras.
Assim sendo, a vida ganhou um novo sabor, percebemos o quanto não sabiamos, o quanto estávamos distantes da realidade. Um novo olhar, numa direção mais altruísta e menos egocêntrica. Contar com o mesmo é assumir uma postura apática e incoerente. Aceitar as mutabilidades é incluir a possibilidade de crescimento e consistência perante a vida.
As maiores frustrações se enquadram em ilusões que nós mesmos criamos as quais alimentamos. Quando achávamos que nada sairia do controlo, é ai que auto-sabotamos, criando vínculos destrutivos e um quadro fatídico.
Uma supra compreensão da realidade, forjada pelas duras circunstâncias, impuseram um novo imput em nossa própria cosmo-visão. A teologia da vida, sua antropologia e psicologia, não permitem um olhar linear em nenhuma direção. Seria um suicídio em várias dimensões, abraçar concepção (consciente ou inconsciente) de um sentido intocável da vida. Isto é, as variantes circunstanciais das escolhas, das perdas, das surpresas, virão tarde ou cedo.
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