Os institutos nacionais de Saúde Pública dos nove Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vão estudar os impactos da abertura de escolas nos indicadores da covid-19, para uma eventual cooperação dos países neste domínio.
A decisão foi tomada esta terça-feira, 15, na 6.ª reunião (virtual) da rede institutos nacionais de saúde pública da CPLP e o "objetivo é encontrar formas de cooperação neste domínio, ou mesmo uma estratégia conjunta de atuação, a sugerir aos ministérios da Saúde dos países", disse à Lusa o diretor de cooperação da comunidade, Manuel Lapão, após o encontro.
Sublinhando que o papel dos Institutos de Saúde Pública é o de aconselhamento das decisões políticas neste setor, Manuel Lapão referiu que outra das questões abordada no encontro e que preocupa estas entidades é o papel que devem ter nos testes à covid-19.
Uma questão que abrange a utilização e tipologia dos testes, assim como a oferta económica.
Outro assunto abordado no encontro de peritos da Saúde da CPLP de hoje e que deve ser tema de um seminário, a realizar em finais de outubro, é a necessidade do equilíbrio entre as medidas para evitar propagação da pandemia aplicadas no trabalho e na vida social, adiantou Manuel Lapão.
Na reunião técnica da Rede de Institutos de Saúde Pública da CPLP foi discutida também a discrepância entre o conhecimento científico sobre a forma como o novo coronavírus se propaga, o volume de informação divulgada sobre o assunto e, por outro lado, o aumento do número de casos.
A conclusão é que há mensagens que não passam, disse Manuel Lapão.
Assim, os institutos vão identificar mensagens que sejam eficazes e dissuasoras de comportamentos de conduzam ao contágio, para depois serem levadas à discussão com a parte política nos Estados-membros.
A CPLP integra Angola, Cabo Verde, Brasil, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 929.391 mortos e mais de 29,3 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.875 pessoas dos 65.021 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
Em África, há 32.795 mortos confirmados em mais de 1,3 milhões de infetados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, Angola lidera em número de mortos e Moçambique em número de casos. Angola regista 139 mortos e 3.569 casos, seguindo-se a Guiné Equatorial (83 mortos e 5.000 casos), Cabo Verde (46 mortos e 4.904 casos), Guiné-Bissau (39 mortos e 2.303 casos), Moçambique (37 mortos e 5.713 casos) e São Tomé e Príncipe (15 mortos e 906 casos).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Com Lusa
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