O ministro da Cultura e das Indústria Criativas, Abraão Vicente, aconselha o Conselho de Administração da RTC a ter humildade para, caso for necessário, fazer o documento de base, ao mesmo tempo que classifica de “irresponsável e antipatriótica a atitude do PAICV, em relação à proposta do código de ética da Radiotelevisão Cabo-verdiana (RTC)".
O vice-presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde disse terça-feira, 09, em conferência de imprensa, que o código de ética que se pretende implementar na RTC é uma “machada nos ganhos somados ao longo de muitos anos e que têm colocado Cabo Verde na linha de frente dos países que promovem a liberdade de imprensa”.
Já a presidente do partido, Janira Hopffer Almada, defendera, na segunda-feira, 08, que é normal que os jornalistas da Rádio Televisão Cabo-verdiana (RTC) tenham um código de ética, mas que este não sirva para os “amordaçar”.
Em declarações aos jornalistas, à margem da formação destinada aos profissionais de comunicação social em matéria de prevenção e combate a violência sexual contra crianças e adolescentes, Abraão Vicente considera que o PAICV está a tentar “manchar” a imagem do Estado e agir como se fosse um sindicato.
Abraão Vicente justifica esta sua posição, lembrando que este debate não foi iniciado pela Associação dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC), mas sim, pelos deputados do maior partido da oposição.
“É infantil a abordagem feita pelo PAICV, estando nós num momento de socialização interna, havendo todas condições para uma abordagem de diálogo entre as partes”, nota o ministro.
No entanto, admite que o texto da proposta do código de ética da Radiotelevisão Cabo-verdiana (RTC) precisa ser “ afinado” , considerando que deve haver a disponibilidade de retirar tudo aquilo que é inconstitucional e que fere os ganhos da classe jornalística.
“Havendo propostas de todas as partes, não é do interesse do Governo ou do Estado, que sejam promovidas inconstitucionalidades porque seria voltar para trás”, frisa o governante, apelando “calma para que a AJOC faça o seu trabalho e o Conselho da Administração respeite os direitos adquiridos dos trabalhadores".
Abraão Vicente observa, contudo, que havendo exageros e incompatibilidades o código não tem pernas para andar e que, por outro lado, se houver uma mesa para o diálogo, tem que ser feito entre o sindicato que representa a classe e o Conselho de Administração da RTC.
“Nós precisamos ter pareceres jurídicos e o Conselho de Administração tem que ter a humildade de reconhecer as falhas do documento e, se for necessário, acatar aquilo que é a recomendação da AJOC, que é fazer um documento de base”, recomenda.
Com Inforpress
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