O Julgamento do atentado a tiro contra o ex-presidente da Câmara Municipal da Praia e actual Governador do Banco de Cabo Verde, foi adiado para o dia 5 de Abril. O Ministério Público tem até essa data para trocar de procurador nesse processo ou justificar a manutenção de Nilton Moniz no caso, diante das suspeições levantadas contra esse magistrado por um dos arguidos e aproveitadas ela defesa para exigir a sua expulsão do processo.
A audiência deveria ser retomada na segunda-feira, 27, mas não chegou a acontecer porque a defesa avançou com um requerimento a exigir a expulsão do procurador Nilton Moniz do caso, por causa das denúncias feitas pelo arguido Rui Santos em sede de julgamento acusando o magistrado de o coagir para indicar nomes dos demais suspeitos.
A defesa argumenta que o Procurador teria violado artigos do Código do Processo Penal, oferecendo, alegadamente, benefícios processuais ao arguido Rui Santos em troca de nomes que o arguido devia denunciar na Justiça.
Santos denunciara esses casos em pleno julgamento e a defesa aproveitou agora para acusar o Procurador Moniz de praticar tal acto na sede da PJ.
À RCV, Nilton Moniz refutou tais acusações, esclarecendo que tomou o processo em Abril do ano passado, tendo as audições sido registadas em Dezembro de 2021, portanto 4 meses antes de entrar no processo, pelo que não podia negociar com o arguido.
A mesma justificação apresentara o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público no seu direito de resposta à notícia em primeira mão de Santiago Magazine sobre as denúncias feitas pelo arguido Rui Santos ao procurador Nilton Moniz.
Seja como for, o juiz do processo, Alcides Andrade, adiar o julgamento até que a situação de Moniz seja resolvida.
Com efeito, resta agora saber se, com esta nova jogada da defesa, o Procurador geral da República, Luis José Landim, irá manter Nilton Moniz como representante do Ministério Público no julgamento do atentado contra o ex-autarca Óscar Santos, ou se, para evitar ruídos externos, entrega o dossier a outro procurador.
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