Tarrafal, Terra di nos tudu! I di nos sonhus! O olhar de constatação e esperança (I)
Ponto de Vista

Tarrafal, Terra di nos tudu! I di nos sonhus! O olhar de constatação e esperança (I)

Este é simplesmente um olhar e ideias de um leigo na matéria que certamente merecerão aceitações, críticas, acréscimos e apreciações de especialistas e de pessoas mais atentas que desejam e sonham, como eu, um Tarrafal desenvolvido qualitativamente para a alegria e o orgulho dos seus e poderá servir de exemplo de autonomia sustentável. Assim, diversificaria a economia, proporcionaria aos jovens, aos homens e mulheres de Tarrafal, e não só, oportunidades apresentando horizontes para um futuro inclusivo, efetivo e pertencente a todos.

Estamos a viver um momento importante em Tarrafal de Santiago, uma terra de todos os filhos de Santo Amaro – os residentes e muitos outros que por desafios diversos da vida estão espalhados um pouco por várias latitudes do nosso planeta sobre crivo de melhores condições de vida.

Todos os filhos de Tarrafal - residentes e na diáspora, militantes e simpatizantes da situação e/ou posição e, os sem partidos políticos – desejam um Tarrafal melhor. Precisamos de um Tarrafal que responda as expetativas dos seus filhos que sempre foi um grande ativo, sobretudo, agora depois de 28 anos da gestão autárquica ligado a um sistema político, uma nova atitude, nova ambição legítima se impõe e carregadas com todas as forças no espírito dos tarrafalenses, mormente agora anunciado a efetivação do conselho consultivo municipal e fóruns de trabalhos temáticos.

É reconhecido que Tarrafal possui muitas potencialidades. O que precisamos é transformá-las em melhorias de condições de vida das famílias (mulheres, homens, crianças, jovens e adultos), melhores condições paisagísticos e arquitetónicos (embelezamento faz parte), histórico e cultural, para além de melhorar nos acessos e práticas de agricultura, pesca cada vez mais rentáveis e sustentáveis respeitando o meio ambiente, com a necessária qualidade, o que permitirá a sua colocação nos mercados existentes cada vez mais exigentes.

No âmbito cultural, veria com bons olhos um Tarrafal dos meus sonhos com programas funcionais/promocionais ligados ao Mercado de Artesanato e Cultura (Cidade de Mangue); Centro de Artes e ofícios (Trás-os-Montes); Centro Delta Cultura (Achada Tomás) formando uma rede efetiva de ações culturais e recreativas, envolvendo as dinâmicas culturais dos vários grupos de BATUKU e de animação cultural – pensar na TABANKA - pelo trabalho integrado que desenvolvem.

Ainda a profissionalização de alguns artesãos como: Simplício (Sinpilis di Txada Bilin), Maria (Ponta Furna), Eugénio (Txan di Djunku) entre outros que dedicam as suas vidas na produção material variados. Não os deixar somente pelas ocasiões ou visitas de delegações governamentais e de germinações intermunicipais (nacionais e/ou estrangeiras), uma vez que já possuem alguma notoriedade nacional e internacional. Aliado a isto, a criação de uma marca e/ou logotipo, pensando na qualificação dos produtos (Made in Tarrafal) por forma a que, as produções culturais levem o nome dos artesões e de Tarrafal para a grande montra do mundo da promoção cultural e turística.

Esperamos com alguma ansiedade um busto de Nha Bibinha Cabral – na praça central da cidade e/ou ponta de Curral de Baixo (Tambatoru) no quadro de requalificação da zona de Achada Tomás com a criação de uma praça e/ou miradouro nesta zona em estreita colaboração com todas as pessoas de boa-vontade, investidores e sobretudo, os moradores que deverão ser membros ativos neste processo. Para além de pensarmos juntos de especialistas e investigadores na possibilidade de criação de Casa Museu Nha Bibinha Cabral (Monte Iria – onde passou os seus últimos dias).

Já agora, poderia nascer uma aldeia turística Agrogeológico em Curral de Baixo: tudo biológico desde criações de gados, passando pela produção agrícola sustentável e amiga do ambiente, até ao centro de produção e transformação de produtos biológicos; parques de campismo em natureza; a reflorestação; criação de pistas de hipismo aliado à formação, entre outras atividades e práticas ecológicas – aqui o Centro de Emprego e de Formação profissional de Tarrafal é chamada a estruturar de acordo com as possibilidades de empregabilidade nesta área, aleado também às condições do turismo rural.

Tarrafal é reconhecido pelos seus talentosos filhas e filhos. São exemplos: os irmãos Mário Lúcio (premiado internacional) e Princezito Sousa – na música, na literatura – Nha Bibinha Cabral, Nhu Henrique Cimbôa, Beto Dias, Blik Txitxi, Chando Graciosa, Txota Soares, José Luís Tavares (premiado internacional) … tantos outros anónimos e a nova geração de artistas que despontam com alguma qualidade em várias áreas. Portanto, justifica um programa de «caça talentos»: na cultura tradicional, no desporto, na música (dança e instrumento), na pintura e em outras áreas criando assim espaços e oportunidades para o desenvolvimento intelectual, cultural, cívica e ambiental da população de Tarrafal.  O lançamento da 2ª Antologia Poética de Tarrafal – uma das raras e importantes oportunidades na área da escrita. E reedição do livro: Nha Bibinha Kabral: vida y obra.

Este é simplesmente um olhar e ideias de um leigo na matéria que certamente merecerão aceitações, críticas, acréscimos e apreciações de especialistas e de pessoas mais atentas que desejam e sonham, como eu, um Tarrafal desenvolvido qualitativamente para a alegria e o orgulho dos seus e poderá servir de exemplo de autonomia sustentável. Assim, diversificaria a economia, proporcionaria aos jovens, aos homens e mulheres de Tarrafal, e não só, oportunidades apresentando horizontes para um futuro inclusivo, efetivo e pertencente a todos.

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