Cabo Verde precisa de uma nova governamentalidade. Um modo de governar que planeie com visão, que execute com competência, que assegure direitos fundamentais, que dê prioridade à saúde, à educação, à mobilidade, que integre verdadeiramente a Diáspora e que reposicione a política externa com coragem e inteligência estratégica. É hora de uma nova racionalidade política em Cabo Verde. Uma racionalidade governamental mais clara, mais responsável e mais ousada. O MpD apagou-se. Cabe ao PAICV acender a luz do futuro.
Cabo Verde vive às escuras. Os apagões que se multiplicam pelo país não são apenas falhas da rede elétrica, mas sim, o símbolo maior da falência da governação do MpD. Apagou-se a energia, mas também se apagou a confiança, a estabilidade e a esperança.
O Governo prometeu modernidade, mas entregou precariedade. Prometeu luz, mas mergulhou o país na sombra da incompetência. Hoje, o apagão tornou-se metáfora da governação do MpD — uma governação cansada, sem visão e sem rumo.
Na energia, reina o improviso. Empresas públicas mal geridas, investimentos mal pensados, promessas que nunca se cumprem. O resultado é um sector instável que sufoca a economia e destrói a qualidade de vida dos cidadãos.
Nos transportes, o apagão é ainda mais gritante. Num país insular e diásporico, como Cabo Verde, ligações marítimas e aéreas são a espinha dorsal da unidade nacional. Mas sob o MpD, as ilhas ficaram mais distantes umas das outras, os bilhetes mais caros e os cidadãos mais isolados. Cada atraso, cada cancelamento, cada ilha desconectada é uma derrota para esta Nação Global.
Na saúde e na educação, a sombra é profunda. Hospitais sem capacidade de resposta, profissionais a abandonar o sector, filas intermináveis. Escolas sem inovação, professores desmotivados e jovens sem perspectiva.
Como falar de futuro quando os serviços básicos estão mergulhados na escuridão?
Na economia, o apagão é de inovação de ideias. O Governo não tem estratégia. Famílias perdem poder de compra, jovens continuam a emigrar, empresas vivem sem confiança. O MpD governa como quem apaga fogos, mas sem nunca acender uma chama de futuro.
E na relação com a Diáspora, o apagão é político. O MpD transformou a Diáspora em palco eleitoral, mas esqueceu-a na governação. Não a integrou como parceira estratégica, não a envolveu na construção da Nação Global. Apagou-se a promessa de inclusão, sobrou apenas o mimetismo e a indiferença.
A tudo isto soma-se a um esvaziamento pragmático da nossa política externa. Denota-se, pois ausência de uma política externa proativa e inteligente. Cabo Verde continua a navegar à deriva num mundo global e competitivo, sem reposicionar a sua diplomacia, sem procurar novas parcerias, sem ter a coragem de assumir um papel relevante no concerto das nações. Falta-nos estratégia para transformar vulnerabilidades em oportunidades e para projetar e afirmar o país com dignidade e ambição na arena internacional.
Tudo isto, aponta para um problema mais profundo: o esgotamento da governamentalidade do MpD. Não se trata apenas de falhas técnicas ou dificuldades conjunturais. Trata-se de um modelo de governação falido. O Estado deixou de garantir serviços básicos, deixou de planear o futuro e deixou de merecer a confiança do povo no país e na diáspora.
É por isso que a mudança não pode ser apenas de rostos. Cabo Verde precisa de uma nova governamentalidade. Um modo de governar que planeie com visão, que execute com competência, que assegure direitos fundamentais, que dê prioridade à saúde, à educação, à mobilidade, que integre verdadeiramente a Diáspora e que reposicione a política externa com coragem e inteligência estratégica.
É hora de uma nova racionalidade política em Cabo Verde. Uma racionalidade governamental mais clara, mais responsável e mais ousada. O MpD apagou-se. Cabe ao PAICV acender a luz do futuro.
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