...a mensagem que queremos passar nesses breves parágrafos, é uma forte aposta nesse desporto de elite que poderá, em consequência, traduzir no sucesso de todo o sistema desportivo nacional, uma vez que se conseguirmos garantir a profissionalização de, pelo menos, uma meia dúzia de nossos valentes pugilistas, estaremos a ajudar não só suas famílias e demais modalidades desportivas, como também o próprio país no seu todo, pela adicional possibilidade em termos da sua eventual prosperidade económica, estando associada ao âmbito transformador desse desporto milionário, como podemos evocar na reflexão anterior.
...] A aliar-se àquilo que havia sido sublinhado no início da anterior comunicação, como desafios para o empreendimento de políticas públicas eficientes em torno do setor desportivo, diria, aqui, já dirigindo, particularmente, à classe empresarial nacional, assim como às pessoas mais abastadas que, um bom investidor é aquele que não teme ariscar-se. No entretanto, para a além da importância do acesso à liquidez, o sucesso do seu negócio [ie, do seu investimento] depende, ainda, da capacidade de utilização do seu conhecimento, enquanto um ativo importante, por excelência, mas sem nunca ignorar o modus fazendi , isto é, da maneira, como atua e lida com isso.
[Grifo Meu]
Numa das edições deste prestigiado e renomado jornal digital, nós podemos falar de valores que uma das mais elíticas modalidade desportiva (o Boxe) pode proporcionar, mormente em matéria de desenvolvimento socioeconómico de uma nação, em que este maravilhoso país o pode bem aproveitar, em nome e em defesa do seu crescimento e desenvolvimento económico. Isto, só para informar àqueles que, por não terem lido esse artigo de opinião, se sintam melhores enquadrados, nos termos desta sugestão adicional de desenvolvimento, não só em torno deste tipo de desporto, mas também do que todos almejamos para Cabo Verde, neste caso particular, estando relacionado com a virtude, ou seja, com o bem-estar económico e social de seus cidadãos. Nessa discussão que acabou por atrair um enfoque sobre o desporto de um modo geral, tentamos debruçar, expressamente, a cerca do pugilismo e suas valências, do ponto de vista dos valores que este pode proporcionar, do ponto de vista de desenvolvimento, numa ótica de políticas públicas acertadas para essa modalidade desportiva. E, diríamos que não o fazemos como “expert”, como é óbvio, falando da minha pessoa em particular, mas sim como um simples observador, atento aos desafios necessários para o pugilismo, assim como outras esferas desportivas, disponíveis em solo nacional. Isto, por inerência da minha experiência acumulada enquanto ativista desportivo que tem passado e experimentado a doçura do aludido desporto, inclusive, como atleta no amadorismo. Na verdade, eu me considero, simplesmente, um estudioso [Investigador] de ciências sociais (embora seja outro ramo de pesquisa), sentindo, facilmente, a sensibilidade e desafios de qualquer praticante, convivendo com a realidade nacional, sendo pouco favorável às suas demandas, se calhar, por escassez de recursos, como podemos invocar nessa primeira abordagem atinente à referida modalidade desportiva.
Nesta edição, pretendemos emitir a nossa opinião, voltada para os desafios face à criação de condições em termos de profissionalização desta modalidade desportiva, conforme o título acima exposto. Mas, antes de mais, como um bom ouvidor, respeitador e apreciador de críticas construtivas que têm sido feitas em minha direção, particularmente, reitero que ao contrário do que se verificou a nível da reflexão anterior, prometo ser mais breve possível nas linhas mestras deste ensaio, mesmo que venhamos a prosseguir noutras edições, caso seja necessário. Falo, particularmente, de um amigo e colega de uma das academias desportivas que frequento, tendo-me sugerido ser mais sucinto possível, o que aproveito para lhe agradecer por essa abordagem. Um agradecimento especial a todos aqueles que me têm seguido ou que, pelo menos me têm elogiado, pelas calorosas motivações decorrentes da leitura de meus artigos de opinião.
Hoje em dia, a conjuntura internacional face ao desenvolvimento do desporto acaba por ligar ou atrair Cabo Verde, para um certo nível de desenvolvimento, pela mais-valia que, sobretudo os chamados desportos de [combate] elite, podem oferecer, em termos do progresso ou transformação económica e social desta grande nação, como podemos sublinhar nesse item sobre a importância particular do investimento direcionado para o domínio do pugilismo (vide, p.f, a edição inicial de junho), o que significaria dizer que seria um pouco irônico, no século XXI, falar da falta de vontade política, por parte de nossos governantes, evitando, mesmo entrar em choque com esses servidores públicos. Deste modo, sugerimos que os nossos políticos olhem em frente, seguindo na direção certa, face aos desafios de investimentos, voltados para o desporto, definindo, orientando e executando políticas públicas adequadas aos desafios deste e de outras modalidades desportivas. No tangente ao Boxe, não há dúvidas de que estamos perante um desporto de elite que, já é tempo de o atribuir o merecido mérito, no contexto do desenvolvimento dessa modalidade desportiva no país. Veja que, durante a colonização africana, os Europeus inspiraram nos valores tradicionais e culturais deste continente, para fazerem surgir ou inventar essa modalidade desportiva. Estamos, historicamente, a falar da Inglaterra, ainda no século XVIII – uma das maiores potências coloniais da época que, conforme reza a história, inspirou na briga de galos, fazendo, posteriormente, os escravos a lutarem, mediante regras de pugilismo. E, hoje, ela constitui uma das potências mais dominantes deste desporto, expondo ninho de multimilionários, responsáveis pela contribuição face à estabilidade fiscal e realização de investimentos estruturantes dentro e fora desse país. Os EUA [Estados Unidos da América] que foi também colónia desse país [da Grã-Bretanha], sendo hoje uma das renomadas potências do Boxe, soube aproveitar dos valores (ie, do ensinamento) britânicos, servindo da sua construção económica, enquanto que a África continua, ainda, gatinhando nesse sentido. Dizer que, não conheço estudos relacionados com a performance competitiva da parte de descendentes de escravos além-fronteiras em matéria do pugilismo, mas ao que me parece, as primeiras competições desportivas, verificadas a partir da emergência do Estado moderno, foram privilégios dos negros americanos e britânicos. Isto, só para lembrarmos do Grande Myke Tyson e Lenox Lewis, já na contemporaneidade, revelando, assim, alguns exemplos de elites do Boxe neste novo milénio. Este último tinha o privilégio de realizar o seu último combate contra o Doutor Vitáli Klichko – o atual Presidente da câmara municipal de Kiev [Ucrânia] e ex campeão mundial de pugilismo que chegou a disputar o título com o seu próprio irmão e grande amigo [Dmitry Klichko] – um multimilionário, sendo também ex campeão mundial da presente modalidade e, igualmente, Doutor em Ciências do desporto. Isto, só para imaginarem a grandeza do pugilismo, na arena desportiva internacional.
Porque insistimos nesse tipo de retórica? Fazemo-la, irmãos, em defesa de interesses do Estado, da sociedade civil, assim como de setores privados e/ou mesmo cidadãos comuns, munindo de algum poder económico, permitindo investir em potenciais atletas, perspetivando o retorno económico a curto ou médio prazo. E, acredito que estes últimos, por exemplo, não venham arrepender-se, caso o façam adequadamente, ou seja, dentro do regulamento recomendado para tal, uma vez que a potencialidade existe, o que falta é descobrirmos um elo de alavancagem, passando pela mobilização de técnicos capacitados para tal [Treinadores, Personal Trainers], mesmo fora deste país, se for o caso, embora tenhamos acreditado que os eventuais empresários desse ramo de negócio (ou seja, os potenciais patrocinadores do pugilismo), podem aproveitar de alguns treinadores, enquanto assistentes naturais das ilhas, visto que normalmente estão bem familiarizados com os nossos atletas. O jovem pugilista Sifonelo Borges [o Keny] pode ainda garantir algum retorno, caso venha a encontrar um patrocinador ambicioso, ou seja, uma pessoa idônea que esteja disponível para se aventurar ou ariscar neste ramo de negócio. Digamos que não seja necessariamente ter como ativo, um profundo conhecimento sobre esse domínio de investimento, mas sim, basta ter foco, mediante garantias de acesso à liquidez [recursos monetários], porque não é difícil encontrar assessorias neste ambiente de negócio. Essa ideia poderá servir, igualmente, para o jovem talento de Tarrafal de Santiago [estudante universitário] assim como o David de Pina [Licenciado em Desporto], entre outros pugilistas nacionais. Temos, para já, muitos talentos disponíveis a nível da FCB [Federação Cabo-verdiana de Boxe] e do país, de um modo geral. Evoquei esses casos, como exemplos daqueles com quem mais tenho convivido no cenário competitivo dessa modalidade desportiva, sobretudo durante o exercício da minha liderança, a nível de uma das organizações desportivas afetas ao sistema nacional do desporto em questão.
Portanto, a mensagem que queremos passar nesses breves parágrafos, é uma forte aposta nesse desporto de elite que poderá, em consequência, traduzir no sucesso de todo o sistema desportivo nacional, uma vez que se conseguirmos garantir a profissionalização de, pelo menos, uma meia dúzia de nossos valentes pugilistas, estaremos a ajudar não só suas famílias e demais modalidades desportivas, como também o próprio país no seu todo, pela adicional possibilidade em termos da sua eventual prosperidade económica, estando associada ao âmbito transformador desse desporto milionário, como podemos evocar na reflexão anterior. Isto, porque a profissionalização e/ou internacionalização de um determinado número de atletas a nível do Boxe, constituiria o sinónimo de triunfo económico de atletas, assim como de toda equipa integrante, o que seria mais um contributo especial em torno da projeção da imagem de Cabo Verde, sobretudo de índoles geoeconómico e político. Isto poderá ocorrer graças às valências que a publicidade e o marketing desportivo poderiam proporcionar, podendo vir a contribuir para a atracão, mesmo, de investimentos estrangeiros, bem como por parte de eventuais pugilistas profissionais, em virtude dos benefícios de mercados financeiros atrativos da civilização ocidental, como é óbvio. Isto deve-se aos valores reprodutivos do que apelidamos de geoeconomia do pugilismo. É neste sentido que estamos aqui a desafiar os nossos empresários a se aventurarem nesse negócio inovativo e desafiador, ie, nessa perspetiva de investimento podendo contribuir para a geração milionária de rendimentos, pela possibilidade de viabilização económica desse negócio, caso for bem pensado e calculado. Nestes termos, para a vossa atenção, como ficou explícito ao longo do primeiro parágrafo do presente texto, admito estar imprimida mais uma contribuição de um simples cidadão que procura minar, inclusive, o conhecimento científico, em defesa de interesses do povo e das empresas, bem como do próprio Estado de um modo geral. Por amor a CV e em nome da sugestão e inovação empresarial! “Pensem nisso!”, citando as simpáticas e poderosas palavras do Professor Doutor Daniel Medina. Aventurem-se nesse negócio, dando o primeiro de vários passos entusiásticos!
Praia, 30 de Junho de 2022
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