...o artigo de João Alvarenga é uma análise incisiva e bem fundamentada do fraco desempenho do governo de Ulisses Correia e Silva, que se manifesta numa gestão ineficaz, em desrespeito às reivindicações de setores essenciais da sociedade e numa crescente desconexão com as necessidades do povo. A crítica é um convite à reflexão sobre a importância da responsabilidade governamental e da participação cidadã na construção de um futuro mais justo e equitativo.
O artigo do Professor Doutor João Silvestre Alvarenga, intitulado “Greve à Vista”, publicado no Santiago Magazine nas vésperas do início de um novo ano letivo, apresenta um panorama desolador do governo de Ulisses Correia e Silva, especialmente no que diz respeito à sua relação com os professores e seus sindicatos. O autor expõe de forma peremptória as falhas e a ineficácia do Executivo em atender às demandas legítimas da classe docente, evidenciando um padrão de descontentamento generalizado que permeia diversas áreas da administração pública.
O ponto de partida da crítica é o PCFR (Plano de Carreira, Funções e Remunerações) apresentado pelo governo, que é descrito como "fraco, inviável, injusto e de duvidosa constitucionalidade". A reação dos sindicatos, que celebraram o veto presidencial ao plano, reflete um descontentamento profundo com a proposta governamental, que não apenas ignora as reivindicações dos professores, mas também parece desconsiderar a legalidade e a justiça que deveriam pautar as políticas públicas.
Alvarenga destaca a incapacidade do governo em reconhecer suas falhas, optando por uma postura defensiva e até mesmo retaliatória ao abrir processos disciplinares contra professores. Essa estratégia, além de ser vista como uma tentativa de intimidação, revela um governo que prefere a repressão à negociação, exacerbando a crise de confiança entre os educadores e a administração pública.
O autor também menciona a deterioração da popularidade do governo, corroborada por dados de pesquisas que indicam que a maioria da população acredita que o governo está "indo na direção errada". Essa perda de apoio é alarmante e sugere uma desconexão entre as ações do governo e as necessidades da sociedade. O fato de que o governo é o pior avaliado desde 2001 é um indicativo claro de que as políticas implementadas não estão ressoando positivamente com o eleitorado.
Outro ponto crítico levantado por Alvarenga é a disparidade entre os aumentos salariais concedidos a certos grupos, como funcionários das finanças e dirigentes do Banco Central, em contraste com a situação dos professores, que enfrentam um congelamento salarial e uma deterioração de suas condições de vida. Essa desigualdade acentua a sensação de injustiça e descaso por parte do governo, que parece priorizar os interesses de elites em detrimento do bem-estar da classe docente.
Por fim, a crítica de Alvarenga culmina em um apelo à ação cidadã, sugerindo que o voto é uma ferramenta essencial para corrigir as iniquidades governamentais. A proposta de um "cartão amarelo" ao MpD nas próximas eleições autárquicas é um apelo à responsabilidade democrática, enfatizando que a insatisfação popular deve se traduzir em mudanças concretas na liderança política.
Conclui-se que o artigo de João Alvarenga é uma análise incisiva e bem fundamentada do fraco desempenho do governo de Ulisses Correia e Silva, que se manifesta numa gestão ineficaz, em desrespeito às reivindicações de setores essenciais da sociedade e numa crescente desconexão com as necessidades do povo. A crítica é um convite à reflexão sobre a importância da responsabilidade governamental e da participação cidadã na construção de um futuro mais justo e equitativo.
Savannah, 15 de Setembro de 2024
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