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Apoiar a Recandidatura de Clemente Garcia! Uma derrota Inevitável
Ponto de Vista

Apoiar a Recandidatura de Clemente Garcia! Uma derrota Inevitável

Segundo as últimas informações do Jornal Online Santiago Magazine, consta que a Comissão Autárquica do MpD vai, à revelia da Comissão Política Concelhia do MpD de São Domingos, propor o nome de Clemente Garcia como candidato à sua própria sucessão. A ser verdade será derrota certa na sequência de uma série de actos falhados que caracterizam a sua gestão, desde o seu primeiro dia de tomada de posse, marcada pela perseguição ao ex-Presidente Franklin Tavares e aos ex-Vereadores da anterior equipa.

Não é compreensível que o MpD queira apoiar a recandidatura de um Presidente de Câmara que, durante todo o seu mandato, foi insensível às preocupações dos munícipes, dos militantes e simpatizantes do MpD, e acima de tudo, às expectativas dos sãodominguenses, e numa atitude de arrogância, andou a espezinhar os funcionários da Câmara, incorreu à prática de assédio moral de altos quadros da Câmara, com agravante de lapidação de recursos públicos, gastando mais de 7.000.000,00 de escudos anuais em salários, sem qualquer produção. Os sãodominguenses ficariam satisfeitos se soubessem que esses altos funcionários da Câmara Municipal de São Domingos (CMSD), que auferem salários mensais de mais de 100.000$00 cada, não tinham nada para fazer na Câmara durante os 4 anos? Isso não é punível pelas leis da República?

Meus senhores, é unânime no seio da população de São Domingos, que os níveis de rejeição de Clemente Garcia são elevadíssimos, que uma eventual aposta na sua recandidatura seria uma hecatombe e uma declaração de suicídio político, pois este senhor não conseguiu justificar os fundos públicos transferidos pelo governo central ao Município, como provam as sucessivas contas de gerência rejeitadas pelo Tribunal de Contas. Falhou em todas as dimensões daquilo que seria uma gestão eficaz e eficiente.

O desencantamento com a sua gestão é generalizado no Concelho, quer pela sua incapacidade de realizações, quer pela sua incapacidade de diálogo com os munícipes, com as estruturas locais do partido como a Assembleia Municipal, a Comissão Política Concelhia e a sua própria equipa de Vereadores. Isto mostra que a sua liderança é autocrática, arrogante e prepotente, o que não se espera num partido democrático como o MpD.

Comparando os níveis de realizações nos vários Municípios de Cabo Verde, Clemente Garcia afigura-se como o pior autarca alguma vez visto em Cabo Verde. Se compararmos o seu desempenho com autarcas como Herménio Fernandes, de Calheta São Miguel, Beto Alves, de Santa Catarina, ou ainda com Ângelo Vaz de São Salvador do Mundo, vemos que o problema de São Domingos não está na falta de recursos, mas sim na incapacidade e ineficácia de uma gestão deficitária. Precisa-se de uma nova atitude e de uma outra liderança.

Se já não eram claras as razões do apoio de candidatura de Clemente Garcia em 2016, torna-se incompreensível a sua manutenção pelos níveis drásticos de rejeição, a nível local, que todos conhecem. Além de defraudar as expectativas dos sãodominguenses, destruiu a força que a máquina do MpD detinha, antes de 2016, quando deu ao partido, a maior vitória de sempre, em São Domingos. Neste momento, é o principal factor da desmobilização e desmotivação de todos os simpatizantes e militantes do partido, a nível local.

Perante este cenário, o que não tem sido claro é a movimentação de altas figuras do MpD, a negociarem lugar nas listas para a proteção de comadres, compadres, familiares, na tentativa de salvar o mau desempenho de Clemente Garcia, secundarizando os superiores interesses de São Domingos. Não salvemos a árvore, deixando arder a floresta!

O surgimento de eventual Candidatura Alternativa em São Domingos (que já se encontra em andamento) será alicerçado na rejeição de fretes e manobras de proteção de compadrios e familiares, desrespeito total à Comissão Política Concelhia, contra a orientação do próprio Ulisses Correia e Silva, que em Agosto de 2019, disse na Reunião alargada com a base do partido, que “ninguém seria candidato apoiado pelo MpD, sem a aprovação prévia, da Comissão Política Concelhia”. Eu como tantos outros, pergunto se Clemente é candidato de alguns dirigentes do partido, porque de São Domingos e dos sãodominguenses, ele não é.

Convém lembrar, aos dirigentes do MpD, comadres e compadres, que os amigos, simpatizantes e militantes do MpD estão tão revoltados que, desta vez, não haverá respeito algum pela disciplina partidária, pois que os elevados interesses de São Domingos, devem prevalecer sobre quaisquer actos obscuros e manobras de proteção de tachos para sobrinho (s), tio (s), amigo (s), que eternamente, andam à volta do poder na nossa terra.

Cabe ao MpD, auscultar devidamente a Comissão Política Concelhia do MpD, verificar o interesse de um dos seus elementos, que anda à volta do poder, descredibilizando a própria Comissão Política, promovendo o seu ego como o D. Sebastião da política em São Domingos, quando na verdade nunca trabalhou em sítio nenhum. A presidência da Câmara Municipal não é lugar para estágios profissionais.

Os sãodominguenses não devem aceitar que um Presidente com uma “ingestão” medíocre a todos os níveis, nomeadamente, das relações humanas, actos administrativos e políticos, seja lhe imposto contra a sua vontade.

Bem haja São Domingos.

*Ex-Vereador da Cultura, Juventude, Desporto e Condição Feminina da CMSD, 2008-2016

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Redação