Seis vereadores da câmara da Praia foram impedidos hoje de fazer uma reunião extraordinária, acusando o presidente Francisco Carvalho de ter “trancado” a porta de acesso à sala de reuniões.
Em declarações à Inforpress, o vereador da Infra-estruturas e transporte, Samilo Moreira, esclareceu que os vereadores marcaram uma reunião para discutir, em decorrência da última reunião ordinária, o facto de o presidente ter decidido atribuir pelouros “à margem da lei” a alguns vereadores, inclusive do Movimento para a Democracia (MpD, oposição).
“Após a nossa contestação, o presidente marcou uma reunião extraordinária para hoje e como não recebemos a convocatória de acordo com a lei, que exige a maioria dos vereadores, convocamos este encontro” explicou Samilo Moreira, referindo-se ao artigo 91 nº-3 dos estatutos da Câmara Municipal da Praia.
Uma outra razão para a convocatória, segundo Samilo Moreira, é a colocação de aparelhos GPS nas viaturas dos vereadores “sem consentimento” destes, facto que o vereador classifica como “perseguição”.
“O que acontece é que chegamos aqui e encontramos a porta trancada e ninguém nos atende, portanto os vereadores foram bloqueados, para não terem o acesso à câmara da Praia”, acusou o vereador.
No entanto, Samilo Moreira considerou que Francisco Carvalho já decidiu que a câmara “é presidencial e não colegial” e “não tem acatado as decisões, mesmo tomadas pela maioria dos vereadores”.
Perante esta situação, e se ela persistir, Samilo Moreira avançou que, de acordo com os estatutos, pretendem chegar “até às últimas consequências”, sem, no entanto, especificar os passos seguintes.
Os jornalistas tentaram ouvir o presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, que se encontrava na sala da presidência, mas este recusou-se a prestar qualquer declaração.
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