O presidente da UCID, António Monteiro, criticou hoje o aumento do preço dos bilhetes dos passageiros em mais de 50 por cento (%) na linha marítima São Vicente-Santo Antão.
Após denunciar a empresa Cabo Verde Inter-Ilhas por “propor contratos que reduzem o salário” dos funcionários e por “aumentar o frete dos transportes rodoviários” nos navios no mesmo trajecto, António Monteiro voltou hoje a chamar a imprensa para falar do aumento do preço das passagens que considera um absurdo.
“A empresa garantiu, a pés juntos, e também o Governo sublinhou esses aspectos de que não haveria aumento dos preços dos bilhetes dos passageiros. Mas, por aquilo que constatamos é que na agência desta empresa os bilhetes vão passar de 800 escudos para o valor de 1200 passageiro para os nacionais ou para 1300 escudos para os estrangeiros”, afirmou António Monteiro.
O líder da UCID defendeu que a população cabo-verdiana não pode pagar a factura das “más políticas assumidas pelo Governo do MpD.
O mesmo lembrou que nessas duas ilhas a população tem “grandes dificuldades económicas “ e que a linha São Vicente- Santo Antão “facilita o escoamento” das mercadorias e traz uma “mais-valia” económica para o país.
Por isso, pediu a intervenção do Governo, à semelhança do que fez quando denunciou a redução salarial nos contratos feitos pela empresa. Isto porque, segundo António Monteiro, após a denúncia houve alteração dos contratos.
Outra preocupação manifestada pelo presidente da UCID prende-se com a introdução da empresa de logística para o transporte de mercadorias.
Para António Monteiro, essa empresa só faz sentido nos trajectos mais longos, como Praia-São Vicente ou Sal – São Vicente.
Nos mais curtos como São Vicente- Santo Antão ou Fogo-Brava, defendeu que se deve desenvolver a política de transporte porta-à-porta, que tem sido um nicho de mercado para vários jovens compram carrinhas para fazer este trabalho de entrega de mercadorias.
“Ao introduzir a empresa de logística estaremos a prejudicar esses jovens,” clarificou a mesma fonte, que também afirmou que “há falha na contratualização” do serviço público de transportes inter-ilhas, porque a empresa “não colocou no país os cinco navios Ro-Pax” e os barcos que tem utilizado “ não atingem a velocidade de 15 nós, tal como exige o contrato.”
António Monteiro também criticou o facto de se ter apenas três linhas semanais entre Santiago e Maio e ainda uma única viagem semanal directa entre São Vicente-Santiago, e afirmou que só com as ligações diárias é que se pode desenvolver o país.
Apelou ainda ao Governo que providencie um sistema de internet “fiável rápido” e que garanta aos operadores “uma prestação de serviço mais bem organizado.”
Com Inforpress
Comentários