Fidel Cardoso de Pina, fez esta exigência em conferência de imprensa, na sede do partido, na Cidade da Praia, ao se posicionar sobre a nova orgânica governamental, anunciada pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.

Segundo disse, em campanha eleitoral o primeiro-ministro prometeu “mundos e fundos” para a Juventude, entretanto logo após ter alcançado a vitória “esqueceu-se das promessas feitas e pôs na gaveta todos os compromissos com a juventude”.

Este jovem disse que ainda continuam sem saber qual a real importância ou a falta dela, que o actual Governo dá aos jovens cabo-verdianos.

Quase dois anos de governação, indicou que este não conseguiu apresentar uma única solução de fundo para dar respostas aos desafios da juventude, uma vez que, há menos bolsas de estudo no ensino superior, reduziram os subsídios da Ficase aos jovens carenciados, adiou-se a promessa de isenção de propinas escolares até 12º ano e o desemprego ultrapassou 40 por cento.

“No seu primeiro Governo, a pasta ministerial da juventude desapareceu. Em seguida todos os centros de juventude foram transferidos para as câmaras municipais, e, hoje, apesar da sua importância no passado, esses centros encontram-se praticamente sem funcionar”, disse, advogando que a juventude é um sector que precisa de medidas urgentes.

Fidel de Pina disse ainda que foi com estranheza que tomaram conhecimento da remodelação governamental, pois esperavam que o Governo ia dar “alguma dinâmica e garantir eficácia e eficiência” em algumas áreas e que a juventude ia ter “alguma atenção e um tratamento condigno”, com um ministério próprio, coisa que não aconteceu.

Diante disto, afirmou que não entendem o porquê de o Governo insistir em não ter na sua orgânica nenhuma entidade que se responsabilize, de forma directa, pela juventude.

“Numa conjuntura em que o ensino superior e a investigação Científica deveriam assumir maior importância, com a promessa de mais qualidade no ensino, elas continuam escondidas e sem qualquer importância para o Governo”, sublinhou.

Fidel de Pina disse ainda que não os satisfaz essa “desfragmentação” que existe com os temas da juventude, portanto exige um ministério ou uma direcção-geral ou uma secretaria de Estado só para a Juventude.

O presidente da JPAI mostrou ainda a sua “indignação” pelo facto da formação profissional, que antes era tutelada por um ministro, “descer” para a competência de um secretário de Estado, que, ao seu ver, demonstra “falta de visão estratégica” para um sector fundamental para a capacitação dos jovens e a qualificação da prestação de serviços.

Sublinhou ainda que com esta remodelação, há um “grande retrocesso” no tratamento aos jovens, que aos poucos vão perdendo importância para o Governo, uma vez que no Orçamento de Estado para 2018, apenas 0,1% do “bolo orçamental” foi destinado à juventude.

Uma vez que os problemas da juventude afectam todos os jovens do país, o presidente da JPAI é da opinião de que as outras juventudes partidárias deveriam apoiar incentivar e revindicar uma entidade que se responsabilize de forma directa pela juventude.

Com Inforpress