PM considera parceria para defesa e segurança “tão importante” como parceria para desenvolvimento
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PM considera parceria para defesa e segurança “tão importante” como parceria para desenvolvimento

O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, considerou hoje, no Sal, que a parceria para a defesa e segurança é “tão importante” como a parceria para o desenvolvimento, falando da segurança no seu sentido amplo.

Ulisses Correia e Silva fez estas considerações no acto de abertura da primeira reunião das Forças Marítimas Africanas (AMFS), a que presidiu e decorrerá de 20 a 22 de Março, na ilha do Sal.

Segundo o chefe do Governo, para quem é uma distinção para Cabo Verde acolher a primeira Cimeira das Forças Marítimas Africanas, o evento permitirá a troca de experiências, a partilha de soluções e compromissos estratégicos para a segurança dos países, mares e oceanos que os unem.

“Reunimo-nos aqui no Sal num quadro de reforço da cooperação e da segurança marítima e cooperativa, num quadro de grande confiança e amizade existentes entre os nossos Estados e povos”, referiu, salientando que o combate à criminalidade organizada transnacional, tráfico de droga, tráfico de pessoas, pirataria, terrorismo, cibercrime e pesca ilegal é um “imperativo” para o desenvolvimento económico, paz social e estabilidade dos países.

Falando da segurança, no sentido amplo, isto é, segurança de pessoas e bens, segurança alimentar, sanitária, ambiental e climática, segurança face ao crime organizado e à corrupção, Ulisses Correia e Silva, defendeu uma “maior sintonia e compromisso” entre a parceria para o desenvolvimento e a parceria para a defesa e segurança.

“No sentido de ganhos mútuos entre os países e sua responsabilidade global”, reforçou, destacando que Cabo Verde tem realizado “esforços próprios assinaláveis” em investimentos e capacitação em tecnologias digitais e equipamentos nas fronteiras aéreas e marítimas, na segurança documental, na investigação criminal e na transparência e intercâmbio de informações fiscais.

Anunciou, por outro lado, que dentro das limitações orçamentais, com recursos próprios do País, a Guarda Costeira será dotada de um avião para acções de fiscalização, patrulhamento, busca e salvamento e de emergência de apoio à protecção civil.

Atendendo os novos tempos e desafios, Ulisses Correia e Silva disse que Cabo Verde se posiciona como um parceiro “interessado e útil” para a segurança cooperativa na sua relação com os EUA, Brasil, Reino Unido, e a UE e no quadro da integração regional africana.

“É esta a referência da nossa política externa e da nossa política de defesa e segurança. A vasta Zona Económica Exclusiva e a localização, são razões fortes para elegermos a segurança marítima como alta prioridade nacional”, enfatizou o chefe do Governo.

Participam nesta cimeira mais de 80 delegados e chefes internacionais de marinhas, guardas costeiras e infantarias navais de 38 países, incluindo Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau.

Durante estes três dias de trabalho, a cimeira coloca ênfase no nível estratégico e incluirá sessões plenárias onde serão analisados os desafios comuns de segurança marítima em África, sendo que os grupos de trabalho regionais e demonstrações de treinamento a bordo serão realizados por marinheiros dos EUA e de Cabo Verde.

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