O porta-voz do grupo parlamentar (GP) do PAICV, António Fernandes, disse hoje que, apesar da massificação do ensino em Cabo Verde, a questão da qualidade é um “desafio a perseguir a todos os níveis no País”.
Segundo ele, a taxa de escolarização bruta, assim como a taxa de passagem nos diferentes sub-sistemas e sistema educativo são considerados bons, mas no concernente à qualidade, sobretudo na língua materna na em matemática, além de outras disciplinas curriculares, o País tem “desafios a vencer”.
O PAICV, reconhece que há investimentos realizados a nível do ensino, mas o “retorno tem de reflectir naquilo que é a qualidade do ensino”.
A título de exemplo indicou o relatório feito em 2021 que aponta para apenas nove por cento de crianças de segunda e sexta classe, alvo de alguma avaliação, conseguiram atingir os objectivos no que toca ao conhecimento básico da estrutura da língua.
Na disciplina de matemática, sublinhou o porta-voz da bancada parlamentar tambarina, segundo o relatório, os alunos mostraram “múltiplas dificuldades em resolver problemas de operações, números e, também, na organização de dados”.
O deputado referiu-se ainda à falta de manuais, nomeadamente para níveis pós-nono ano de escolaridade, que os professores e os alunos possam seguir.
No domínio do ensino superior, defende o partido da estrela negra, é preciso uma “melhor política” em matéria de financiamento para os jovens que atinjam este nível.
“A nível dos recursos humanos, temos um grande incumprimento, para não dizer total incumprimento, por parte do Ministério da Educação, perante um conjunto de aspectos no que diz respeito à classe docente”, lamentou António Fernandes, lembrando que uma grelha reivindicativa ainda não foi satisfeita.
Para o PAICV, o facto de, em seis meses, o ministro da Educação ser chamado ao parlamento “demonstra claramente a insatisfação da classe”.
Quanto ao instituto de perguntas ao vice-primeiro-ministro, deu entender que os deputados do PAICV vão confrontar o governante com a situação de sufoco por que passam os cabo-verdianos, em termos de impostos.
Instado sobre o caso do deputado Amadeu Oliveira, que a Comissão Permanente da Assembleia Nacional autorizou a sua detenção fora de flagrante, e, agora, se pretende a sua revogação, António Fernandes avançou que o seu grupo parlamentar vai decidir conforme os pronunciamentos da UCID, que propôs a revisão da medida pela plenária, e, também, no quadro das competências do Parlamento.
Lembrou que o próprio o presidente da Assembleia Nacional não descarta a possibilidade de recorrer à fiscalização sucessiva da norma junto do Tribunal Constitucional.
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