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Filme “O Poeta da ilha” retratando a luta pela independência deverá ter estreia em Março - Realizador
Política

Filme “O Poeta da ilha” retratando a luta pela independência deverá ter estreia em Março - Realizador

O filme “O Poeta da ilha”, que conta a história da luta pela independência na clandestinidade e cujas filmagens aconteceram em São Vicente, Santo Antão e Portugal, deverá começar a ser exibido em Março próximo.

Conforme o realizador, Júlio Silva, residente em Portugal e que avançou as informações em exclusivo à Inforpress através de uma conversa no Watshapp, neste momento o filme já está na fase de legendagem em português, francês e inglês.

A partir de então estará tudo preparado para a estreia em início de Março e apresentação em Cabo Verde, festivais e nas comunidades cabo-verdianas espalhadas pelo mundo, desta longa-metragem que retrata a história da luta pela independência de Cabo Verde feita na clandestinidade.

Este episódio destas ilhas é contado pelo realizador de nacionalidade moçambicana, mas filho de pai de São Vicente e mãe de Santo Antão.

“Tenho amigos e familiares que estiveram na luta na clandestinidade e foram presos pela PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado português). Ouvindo esses depoimentos, resolvi escrever um conto sobre um poeta que pudesse representar todas as pessoas que lutaram na clandestinidade”, explicou.

Júlio Silva considerou ser o “O Poeta da ilha” dirigido a todos os jovens cabo-verdianos que não sabem que existiu a PIDE e nem imaginam o que muita gente sofreu para que se conseguisse a independência.

A história cabo-verdiana, na trama do realizador moçambicano, é contada através do “poeta” Osvaldo, personagem principal que, segundo a mesma fonte, tem uma história “muito forte” e que ganha corpo através de João Graça, actor da vanguarda do teatro e cinema sanvicentino.

Do elenco constam ainda outros actores de São Vicente, Santo Antão e Portugal, lugares onde aconteceram as rodagens do filme. De entre estes destacam-se nomes como João Branco, José Bettencourt, Mirita Veríssimo, Manuel Estevão, Bia Barbosa, Eva Figueiredo, Zenaida Alfama, César Lélis e Jorge Martins do grupo santantonense Juventude em Marcha.

“Há várias personagens importantes, onde cada um tem a sua estrada, mas o poeta é de facto principal, pois a sua história é muito forte”, explicou Júlio Silva, mencionando um elenco cuja faixa etária vai dos sete aos 78 anos.

O realizador disse não ter tido grandes financiamentos, nem de empresas e nem do próprio Estado, por o filme ter sido rodado numa época de covid, mas mesmo assim não esmoreceu, ainda mais com os apoios da Mozbeat Filmes, da produtora Rotchimar, em São Vicente, e de pessoas e actores que acreditaram no projecto. Ajudas que permitiram tornar realidade esta longa-metragem de 83 minutos.

“O meu projecto é fazer filmes em todas as ilhas, feito com actores crioulos, falado em crioulo, com histórias crioulas e dirigido aos crioulos. É esse o meu propósito”, concretizou Júlio Silva.

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