A deputada do PAICV Paula Moeda convidou hoje a população a visitar o Hospital Psiquiátrico da Trindade para constatar “in loco” as promessas não concretizadas do Governo no sector da saúde mental.
Paula Moeda, que falava em conferência de imprensa esta tarde, na sede do partido, sobre a saúde mental em Cabo Verde, ressaltou ainda que o sector clama por “maior autonomia”.
“Este Governo do MpD, em mais de sete anos, não conseguiu que a saúde mental tivesse a atenção que merece, bem como não proporcionou condições para melhorar a situação dos profissionais da área que viram as suas condições de trabalho em retrocesso, sem expectativas de melhoria”, disse, considerando a saúde mental como o parente “pobre” do sistema de saúde do País.
A deputada da Nação do PAICV, que lembra que decorridos sete anos, não se conhece as políticas do Governo face a saúde mental, referiu ainda ter auscultado esta semana mais promessa, entre tantas outras não concretizadas, de que o ano de 2024 vai ser o ano da saúde mental.
Perante este anúncio, afirma não estar suspendida com as declarações do Governo que, segundo disse, de “promessas em promessas adiadas e não concretizadas” não tem desenvolvido “esforços no sentido do fazer e do realizar, edificando o novo hospital psiquiátrico da Trindade, encerrado para obras.
“Mais uma promessa não concretizada. Com uma decisão de 10 meses de execução de obras, estão hoje paralisadas, e que, no entanto, se aguarda há três anos a sua finalização. Para quem o desejar, convidamos a visitar o lugar e verificar obras paralisadas, parte dos pacientes com doenças mentais mais graves há 3 anos deslocados e internados num espaço impróprio ao lado do hospital que serviu de estaleiro de obras da Lavandaria Hospital Agostinho Neto”, denunciou.
Segundo Paula Moeda, dos 40 pacientes internados aquando do encerramento do hospital psiquiátrico, 14 encontram-se hoje numa “instalação inapropriada, com comunicação deficiente, isolados e sem condições, enquanto os restantes vagueiam à deriva pelas ruas das cidades do País”.
Face à situação, a deputada do PAICV considera que o serviço de saúde está em contramão aos discursos de conveniência e violando o estipulado na Constituição da República de Cabo Verde que consagra e garante o direito universal à saúde.
Defende que o tema da saúde mental deve ser responsabilidade de todos, mas observa que a maior responsabilidade cabe ao Governo com a implementação das políticas públicas.
No Dia Mundial da Saúde Mental, um dia de reflexão nacional e mundial, o PAICV “deixa uma palavra de solidariedade e conforto às famílias” e alerta estar a acompanhar a situação visando o cumprimento do direito constitucional à saúde.
A deputada concluiu, reforçando que o PAICV acredita ser necessário procurar-se “rapidamente” novos caminhos para o sector da saúde mental.
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