PAICV acusa Governo de abandonar famílias do campo à sua sorte e sem perspectivas do futuro
Política

PAICV acusa Governo de abandonar famílias do campo à sua sorte e sem perspectivas do futuro

O PAICV, considerou-se solidário com o mundo rural e, insta o Governo a valorizar as barragens, a investir, sem mais demoras, num sistema de gestão das mesmas, realizando obras adicionais que permitem a optimização do uso da água armazenada e, com isso, possibilitando o aumento da produção agrícola.

O PAICV acusou hoje o Governo de ter um “silencioso desprezo” pelo mundo rural e de ter abandonado as famílias do campo à sua sorte, sem investimento público nas actividades primárias e sem perspectivas do futuro. 

“Há da parte do Governo do MpD um silencioso desprezo pelo mundo rural, com a ausência de uma visão estratégica de longo prazo para o desenvolvimento do campo, e que está a minar a confiança da população rural, onde o êxodo vem sendo um grande drama social e familiar”, disse em conferência de imprensa a representante da Comissão Política Nacional do PAICV, Carla Carvalho. 

Carla Carvalho, que afirmou que o Governo do Movimento para a Democracia (MpD) abandonou as famílias do campo à sua sorte, sem investimento público nas actividades primárias e sem perspectivas do futuro, ressaltou ainda que as infra-estruturas herdadas, sobretudo, no domínio de mobilização de água foram simplesmente “ignoradas”. 

Na sua comunicação, a representante da Comissão Política Nacional do PAICV defendeu que as actividades socioeconómicas inerentes e desenvolvidas no mundo rural são fundamentais para o país gerar emprego e aumentar o índice da sua segurança alimentar e a qualidade de vida das pessoas.  

Face a essa noção, reforçou que a agricultura contribui com 9% para o Produto Interno Bruto e representa 13,7% da população empregada por ramo de actividade económica. 

Lembrou, no entanto, que a visão do Governo do PAICV (Partido Africano da Independência de Cabo Verde) para o desenvolvimento do mundo rural, tinha como um dos pontos estratégicos o ordenamento e a valorização das grandes bacias hidrográficas do país através da construção de barragens e obras de correcção torrencial. 

“A construção das barragens era um dos pilares dessa visão que permitiria mobilizar a água para irrigação e desenvolvimento da agricultura irrigada, garantir a segurança alimentar, reduzir a pobreza, melhorar e diversificar as actividades agrícolas e pecuária, proteger o ambiente, conservar os solos e, sobretudo, dar emprego e rendimento aos homens e mulheres do campo”, indicou. 

Neste âmbito, acusou o Governo do MpD por ter desprezado, em 2016, os projectos herdados e por não ter apresentado projectos alternativos para o desenvolvimento do mundo rural que, segundo disse, parou.  

“Este governo não foi capaz de sequer fazer a gestão das águas armazenadas nas barragens. E, passados sete anos, todas as barragens, com excepção de duas, armazenam água”, assegurou, asseverando que os agricultores estão abandonados à sua própria sorte apesar de barragem, como a dos Flamengos, ter acumulado água permitindo aos agricultores a possibilidade de prosseguir com a produção agrícola. 

O PAICV, considerou, solidário com o mundo rural insta o Governo a valorizar as barragens, a investir, sem mais demoras, num sistema de gestão das mesmas, realizando obras adicionais que permitem a optimização do uso da água armazenada e, com isso, possibilitando o aumento da produção agrícola. 

“Para o PAICV governar é uma corrida de estafetas, onde os investimentos são feitos com o dinheiro dos cabo-verdianos para gerar empregos sustentáveis, aumentar o rendimento das famílias e reduzir a pobreza”, enfatiza, salientando que os investimentos realizados, no passado, em vez de serem abandonados deveriam ser valorizados, melhorados e projectados para o benefício de todos. 

Para além de captação da água para servir na produção agrícola, Carla Carvalho afirmou que o Governo deveria investir na melhoria do acesso a crédito para projectos de agricultar e pecuária no meio rural.  

C/ Inforpress

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