A UCID posicionou-se hoje contra o concurso internacional lançado recentemente pelo Governo para as linhas marítimas de cabotagem, que “não tem razão de existir”, quando deveria o executivo “tão-somente” disponibilizar uma linha de crédito aos armadores cabo-verdianos.
Segundo o presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), António Monteiro, em conferência de imprensa na manhã de hoje, no Mindelo, o Governo está na posse de um “dossiê completo” com “as medidas e as soluções” propostas pelos armadores cabo-verdianos, com o fito de minimizar os “impactos negativos existentes” neste momento nas rotas de cabotagem.
O também deputado eleito nas listas da UCID pelo círculo eleitoral de São Vicente, explicou que os armadores cabo-verdianos “estão aflitos” tendo em conta que o tempo de concessão é “extremamente elevado, de 20 a 25 anos”, e a exclusividade que este documento propõe para estes mesmos armadores que vierem a ser contratados.
“A UCID entende que o Governo deveria tão-somente disponibilizar uma linha de crédito para que os armadores cabo-verdianos pudessem ter as condições para desenvolverem um melhor trabalho”, concretizou a mesma fonte, para quem, contas feitas, aludiu, qualquer empresa que trouxer cinco navios com idade até 15 anos vai pagar o “preço mínimo nunca inferior a 7 milhões de euros por cada um” para operar em Cabo Verde.
“As tarifas de cabotagem não são aumentadas há muitos e muitos anos, o que significa dizer que o frete marítimo entre as ilhas irá aumentar consideravelmente se o concurso for adiante”, o alertou o responsável político, que acrescentou que se o Governo não permitir esse aumento de tarifas terá de subsidiar estas linhas “a preço de ouro”.
“Mas como o Governo não tem dinheiro, significa que os contribuintes é que irão subsidiar essas linhas inter-ilhas”, ajuntou, lembrando que a proposta da Associação dos Armadores de Cabo Verde, com quem se reuniu semana passada, aponta para a aquisição de um único navio, e não de cinco, suficiente para harmonizar o transporte entre as ilhas, mais as embarcações Liberdade, Kriola e Praia d’Aguada.
“Os armadores têm capacidade técnica e conhecem a realidade cabo-verdiana e só lhes falta recursos financeiros que o Estado deverá colocar à sua disposição para termos uma cabotagem a servir o país”, sintetizou a mesma fonte.
Com Inforpress
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