A garantia é do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que aconselha os cabo-verdianos a evitar a generalização "a partir de casos diferentes e julgamentos na praça pública".
O Chefe do Governo anunciou a abertura de um inquérito aos incidentes com o guineense Jorge Fernandes no aeroporto do Praia, esta semana, num post publicado na sua página oficial no facebook há instantes.
"Um rigoroso inquérito está a ser instaurado para apurar os factos e as eventuais responsabilidades. Os resultados do inquérito serão tornados público. Havendo responsabilidades resultantes do incumprimento da lei, das normas e das boas práticas, o Governo agirá em consequência", prometeu Ulisses Correia e Silva, que reagia assim, dois dias depois das denúncias feitas pelo guineense nas redes sociais, sobre os maus tratos e humilhação a que foi submetido no aeroporto Nelson Mandela quando estava em trânsito para o Brasil, onde reside. O caso despoletou várias reacções a condenar a acção policial, tendo inclusive o Governo e o presidente da Guiné Bissau vindo a público avisar o governo da Praia que não admitem tal tratamento para com um seu cidaddão.
O próprio presidente da República, Jorge Carlos Finseca, exigiu ontem uma investição "séria e rigorosa" ao ocorrido, que considerou "ser grave". Mas o primeiro-ministro, é mais comedido na interpretaçáo do caso, preferindo antes por reiterar a sua confiança na Polícia Nacional, trazendo a reboque o caso de uma jovem cabo-verdiana que acusou a polícia em Assomada de a ter violado dentro da cela onde estava detida.
"Cabo Verde é um Estado de Direito Democrático, respeitador dos direitos humanos. A Polícia Nacional é uma instituição credível e respeitada. Quando existirem incidentes como os relatados pelo cidadão guineense ou pela jovem cabo-verdiana recentemente, alegadamente vitima de estupro, devem ser acionados os mecanismos de inquirição, de apuramento de responsabilidades e de ações consequentes. É isto que está a ser feito em ambos os casos", garante o chefe do Governo.
Ulisses Correia e Silva, entende, por isso, que se deve "evitar a via mais fácil de generalizar a partir de casos diferentes e fazer julgamentos, inquisições e flagelamentos de instituições na praça pública. Saber distinguir o trigo do joio, é um inteligente ensinamento popular".
"As relações com a Guiné Bissau não estão em causa. Já houve incidentes no passado e as relações continuaram num bom clima de confiança. Cabo Verde integra bem os imigrantes e os guineenses são particularmente queridos", afirma o primeiro-ministro.
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