Deputado Paulo Veiga diz que viragem autárquica é “derrota do Governo”
Política

Deputado Paulo Veiga diz que viragem autárquica é “derrota do Governo”

O ex-líder da bancada parlamentar do MpD, Paulo Veiga, quer que o partido se reúna depois da viragem “contundente” nas autárquicas de domingo, que considera ser “uma derrota do Governo”.

“Irei exigir à cúpula do partido a organização de uma convenção para analisarmos os resultados das eleições autárquicas, onde, de forma aberta e democrática, possamos identificar o que não correu bem e onde pode, e deve, o MpD melhorar”, referiu, numa publicação no Facebook. 

Os resultados provisórios indicam que o PAICV, oposição venceu em 15 municípios, ficando o MpD com sete – há quatro anos o MpD ganhou em 14 e o PAICV em oito.

“Pela primeira vez na nossa história democrática, os nossos adversários são poder na maioria das câmaras municipais e isso não pode ser ignorado ou diminuído”, referiu, acrescentando que perante uma “derrota contundente, é preciso ter a coragem de assumir que se trata de uma derrota do Governo que foi penalizado pelo povo”.

“Derrotas municipais, como na ilha do Maio, resultam, de forma inequívoca, de uma insatisfação gritante com políticas nacionais. O Governo tem um líder e uma liderança que se quer forte deve ser o rosto que assume a responsabilidade não apenas nos momentos de vitória, mas também, e essencialmente, nos momentos de derrota”, escreveu.

Segundo o deputado, “é crucial tomar medidas para corrigir o rumo e preparar as próximas batalhas”, numa alusão às eleições legislativas e presidenciais de 2026.

O presidente do MpD e primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, assumiu hoje a derrota, mas disse que era preciso distinguir eleições, considerando que os resultados das autárquicas refletem escolhas relativas a candidaturas locais.

O líder do partido já havia referido que as estruturas do partido vão reunir-se para analisar os resultados.

Paulo Veiga abandonou a liderança do grupo parlamentar do MpD, em setembro, alegando “problemas de articulação” com o Governo, depois de divergências em relação às comemorações do centenário do nascimento de Amílcar Cabral.

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