A Câmara Municipal da Praia entregou esta segunda-feira, 06, lotes de terreno a 14 comerciantes do Sucupira, em compensação pelas lojas no Mercado do Coco, compradas em 2016, e que nunca lhes foram entregues devido à não construção das obras.
Segundo o presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, os comerciantes pagaram entre 1.000 a 2.000 contos à Câmara, que, até hoje, não lhes disponibilizou os módulos adquiridos.
“O que fizemos foi compensá-los com lotes de terreno na localidade da Palha C, com áreas que variam entre os 300 e os 450 metros quadrados, cujo valor ronda os 2.000 contos”, explicou.
O autarca afirmou que esta medida abrange todos os comerciantes envolvidos, sendo uma forma que a autarquia encontrou para repor a justiça e assegurar a confiança na actual gestão camarária.
“Hoje fizemos justiça para com eles”, acrescentou, sublinhando que o processo de negociação decorreu ao longo dos últimos meses e culminou com a assinatura dos títulos de propriedade.
A segurança jurídica foi garantida pela Secretária Municipal, que, na qualidade de notária da Câmara, confirmou a identidade dos beneficiários, e a entrega dos títulos foi feita presencialmente, garantindo assim a legitimidade dos documentos.
Questionado sobre outras situações de injustiça herdadas da gestão anterior do MpD, o presidente da Câmara revelou que existe uma lista de problemas e irregularidades que estão a ser resolvidos progressivamente.
“Desde o primeiro ano de mandato, em 2021, temos vindo a pagar dívidas e a corrigir falhas para garantir justiça na gestão municipal”, afirmou.
O autarca destacou ainda que o objetivo é defender o interesse público e dos munícipes, restabelecendo a confiança na Câmara Municipal da Praia através de ações concretas.
Foram 14 os comerciantes beneficiados, e a Câmara assegurou que ninguém ficou de fora, cumprindo o compromisso de justiça.
Recorde-se que o Mercado do Coco é um projeto iniciado em 2011 pelo então presidente da CMP, e hoje Primeiro Ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva. Orçado incialmente em 350 mil contos, o projeto experimentou muitas reviravoltas ao longo dos últimos anos, consumindo entre obras, juros bancários, reformatação das estruturas, acima dos mil milhões des escudos.
Com as obras suspensas desde 2020, o Mercado do Coco é hoje um depósito de lixo, situado na baixa da cidade, na avenida cidade de Lisboa, logo ao lado do edifício onde se encontra instalado o Estado Maior das Forças Armadas de Cabo Verde, no bairro da Várzea de Companhia.
C/Inforpress
Os comentários publicados são da inteira responsabilidade do utilizador que os escreve. Para garantir um espaço saudável e transparente, é necessário estar identificado.
O Santiago Magazine é de todos, mas cada um deve assumir a responsabilidade pelo que partilha. Dê a sua opinião, mas dê também a cara.
Inicie sessão ou registe-se para comentar.
Comentários