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CMP diz que  “utilização pontual” da antiga lixeira municipal é resposta à “crise aguda” no combate ao lixo 
Política

CMP diz que  “utilização pontual” da antiga lixeira municipal é resposta à “crise aguda” no combate ao lixo 

A Câmara Municipal da Praia (CMP) apresentou hoje em comunicado razões para a “utilização” pontual da antiga lixeira municipal, afirmando se tratar de uma estratégia para fazer face à “crise aguda” no combate ao lixo que se verifica no município.

“Cabo Verde inteiro assistiu que nos últimos dois meses os serviços de saneamento enfrentaram uma crise aguda no combate ao lixo e à limpeza da cidade, atingindo situações insustentáveis”, começa por se ler numa nota assinada pelo presidente Francisco Carvalho.

A mesma fonte disse ainda ser certo que tudo isso se deve sobretudo à falta de investimentos no sector do saneamento, que ao longo de 12 anos, ao invés de ser dotado de equipamentos e capacitação técnica para responder à demanda de uma cidade capital, vítima de várias contingências e com uma população flutuante considerável, foi praticamente entregue a empresas privadas que pouca sensibilidade têm para com a satisfação social, como é óbvio.

“Cabo Verde inteiro também assistiu à pressão, legitima, que se fez cair sobre a Câmara Municipal da Praia, no sentido de solucionar o problema o mais urgente possível, tendo em conta os seus efeitos na economia e na saúde pública”, acrescentou.

Tal situação é, segundo a CMP, fruto, acima de tudo, do aumento da produção de lixo na cidade, mas também da insuficiência de meios materiais para recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos, nomeadamente camiões e outros equipamentos.

Para resolver o problema, a Câmara Municipal disse que optou por alugar viaturas privadas e utilizou a “ex-lixeira municipal” como espaço de vazamento transitório, enquanto estratégia de rentabilização do processo da recolha, por estar aqui perto, para, a partir dali, serem transportados pelos camiões com melhores condições ao aterro sanitário, em Ribeirão Chiqueiro, actividade que se realizou diariamente;

“Assim, na verdade, e contrariando as constatações das acusações que vêm sendo feitas, a “ex-lixeira” continua, para todos efeitos, encerrada, tendo sido utilizada, num momento contingencial difícil, apenas como ponto de apoio no processo de saneamento e limpeza da cidade”, acrescentou.

A Câmara Municipal da Praia realçou ainda que tem trabalhado sempre no quadro das suas competências próprias, previstas na lei e que está ciente do seu papel e vai tudo fazer para criar as melhores condições para a vida comunitária.

A Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANAS) denunciou esta quinta-feira a Câmara Municipal da Praia de transformar o antigo vazadouro municipal sanitariamente selado numa lixeira, e exigiu a “suspensão imediata” da deposição de resíduos na antiga lixeira.

Em conferência de imprensa, o presidente do conselho de administração da ANAS manifestou a sua indignação pelo facto denunciado, tendo sublinhado que a concretização do encerramento e respectiva desativação custou 47 milhões de escudos proveniente dos recursos públicos em 2020.

Por esta razão, Cláudio dos Santos quer que a autarquia da capital recolha e transporte os resíduos já depositados para o Aterro Sanitário de Santiago, por entender que tal prática da câmara da Praia viola as normas, pondo em causa a salubridade ambiental e a saúde pública.

O responsável da ANAS, enquanto autoridade nacional, clarificou que “todo o resíduo no município deve ser, doravante, depositado no Aterro Sanitário de Santiago”, criado para o efeito, tendo sublinhado que a lixeira em causa tinha sido encerrada, mediante um acordo tripartido entre a autarquia, ANAS e o Fundo do Ambiente.

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