Um Primeiro-ministro desnorteado!
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Um Primeiro-ministro desnorteado!

Um homem desnorteado, que anda à reboque dos acontecimentos, o exemplo clássico de um mau governante, não tem ética na governação desta terra, hoje a Administração Pública está infestada de compadrios, de amiguismo e de nepotismo (esposas dos Ministros nomeadas Presidentes dos Institutos e das Empresas Públicas), trata de idiota e insulta a inteligência do cidadão, diz uma coisa ontem, no dia seguinte dá o dito por não dito, mente compulsivamente e o seu Tratado da Governação “CABO VERDE NO CAMINHO SEGURO” deve ser complementado com a expressão “CABO VERDE NO CAMINHO SEGURO DA DESGRAÇA”. 

“Se o homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe será favorável” Sêneca 

 

1.   Da segurança pública, Sr. Primeiro-ministro!?

No seu Tratado da Governação escreveu e muito bem que:“ a segurança entendida como ordem pública e esforço comum na proteção física e da liberdade e propriedade da comunidade e de cada um dos seus membros foi, historicamente, a razão determinante da organização dos agregados humanos em Estado.”

É este CABO VERDE NO CAMINHO SEGURO DA DESGRAÇA, com um Governo comandado por este Primeiro-ministro que no campo da segurança pública tem revelado que a República de Cabo Verde é um estado falhado e veja que: 

a)    Na semana passada, Braima Bari, cidadão guineense foi morto a tiro, na sequência de um assalto na cidade da Praia (mais uma vítima da violência urbana), como tem sido hábito, não ouvimos nem uma palavra deste Primeiro-ministro, dirigida à família do malogrado cidadão, nem à Embaixada da Guiné-Bissau e muito menos ao povo de Cabo Verde, pois, para ele, é apenas mais um que perde a vida, fingindo não tomar conhecimento do sucedido, logo o Primeiro-ministro é o rosto do estado falhado que é o Estado de Cabo Verde no campo da segurança pública;

b)    Também na semana passada, Catarina Furtado, cidadã portuguesa e apresentadora da TV, foi assaltada na porta do hotel onde estava hospedada na cidade da Praia e este assalto revela a afronta do povo de cabo-verdiano no campo da segurança pública negligenciada por este Primeiro-ministro;

c)     Pelas queixas registadas publicamente nas Redes Sociais, a Polícia Nacional é uma instituição mal gerida em termos dos RH com impacto negativo na motivação dos agentes da polícia e a consequente prestação dos serviços da segurança pública ao cidadão, mas o Primeiro-ministro finge que não toma conhecimento das reclamações publicadas, é um fingidor nato, finge que não vê o que todos vêm, com implicações na segurança pública dos cidadãos!

2.   Da economia, estabilidade de preço e do emprego, a justiça fiscal, Sr. Primeiro-ministro!?

Na Semana passada, o Primeiro-ministro apelou aos cidadãos a não emigrarem, como se ele tivesse cumprido a sua promessa da campanha eleitoral de criar 45 mil empregos dignos, hoje, ele aparece como arauto de uma emigração com um contrato que protege o trabalhador cabo-verdiano no estrangeiro, quando nem na morte do jovem cabo-verdiano, Jeovane, em Portugal, este Primeiro-ministro teve uma posição pública que dignificasse e defendesse o cidadão cabo-verdiano no estrangeiro!

É este CABO VERDE NO CAMINHO SEGURO DA DESGRAÇA, comandado por este Primeiro-ministro que no campo da economia, o cidadão é cada vez mais empobrecido, menos próspero e mais dependente:

a)     Pela subida generalizada de preço dos bens da primeira necessidade e as medidas governamentais é “sacudir a água do capote”, como se não fosse possível atenuar, amortecer o impacto da inflação no poder de compra dos cidadãos com instrumentos e medidas governativas;

b)    Pelo nível de emprego, a força de trabalho perdida a favor da emigração, a única alternativa deixada pela governação de Ulisses Correia, em detrimento do desenvolvimento deste país;

c)     Pela justiça fiscal, o rendimento do trabalho como a única fonte certa das receitas do Estado e a tributação do imposto do consumo incorporada à margem de lucro dos empresários (UM GOVERNO CONIVENTE COM A EVASÃO FISCAL), o que impõe a taxação dos serviços públicos como a saúde, educação e a própria segurança pública, uma injustiça fiscal de bradar aos céus!

3.   Da qualidade das instituições, o mérito e o esforço académico e profissional como garantes da escada social, neutralizados pelo cartão da militância no MpD, Sr. Primeiro-ministro!?

Na semana passada o Presidente da República chamou a sua atenção sobre a excessiva partidarização da Administração Pública, em consequência da nomeação do deputado Emanuel Barbosa ao cargo da presidência do Conselho da Administração da Agência da Regulação da Concorrência e respondeu, em jeito provocatório e sem sentido do estado, que o dedo foi colocado na direção errada.

É verdade que no passado assim foi feito, apesar das várias reclamações dos cidadãos desta terra.

Mas, pergunto-lhe:

a)     Até quando teremos que suportar a partidarização da Administração Pública, em violação à CRCV e em violação dos direitos do homem?

b)    Será que temos de aceitar passivamente a confirmação dos PRINCÍPIOS DE PETER na Administração Pública “ad eternum”?

c)     Até quando aceitar que as esposas dos Ministros devem ter cargo de comando nos institutos e empresas públicas e não achar que esta nomeação seja nepotismo que jurou combater no seu compêndio de governação?

d)    Até quando a igualdade de oportunidade na Administração Pública desta terra, Sr. Primeiro-ministro!?

Praia, 05 de outubro de 2022

 

Amândio Barbosa Vicente

 

 

 

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