Câmara Municipal da Boa Vista vai recorrer a empréstimo bancário de 350 mil contos para financiar infra-estruturação da ilha
Política

Câmara Municipal da Boa Vista vai recorrer a empréstimo bancário de 350 mil contos para financiar infra-estruturação da ilha

A Assembleia Municipal da Boa Vista aprovou na terça-feira um pedido de autorização para a câmara contrair um empréstimo bancário de 350 mil contos, proposta aprovada com votos favoráveis do PAICV (cinco), PP (três) e contra, do MpD.

O presidente da Câmara Municipal da Boa Vista, Cláudio Mendonça, disse à Inforpress que o empréstimo tem enquadramento legal e que o montante se destina à infra-estruturação e requalificação da ilha, sector que vai acarretar cerca de 70% do orçamento para o ano de 2022.

Entretanto, ainda sobre este empréstimo que a câmara pretende contrair para financiamento a médio e longo prazos, o edil boa-vistense informou que parte será destinada ao pagamento de outros três créditos contraídos anteriormente pela autarquia.

O deputado do Movimento para a Democracia (MpD) Crisante Soares justificou o voto contra da bancada em duas rubricas que, do ponto de vista dos eleitos do partido, condiciona “de forma negativa” o orçamento, indicando as despesas com o pessoal aumentaram em cerca de 50 mil contos, mais o empréstimo de 350 mil contos que a câmara pretende contrair junto da banca.

Crisante Soares disse que a sua bancada não é contra empréstimos, mas que foram “responsáveis e ponderados” em votar contra, tendo em conta os “efeitos catastróficos” que o empréstimo trará para o município a longo prazo.

“A curto prazo, é falacioso o presidente dizer que o empréstimo vai constituir uma receita para a câmara municipal. A curto prazo permitirá ter recursos na tesouraria, mas a longo prazo, a autarquia vai pagar mais 42 mil contos”, afirmou, considerando esta uma “estratégia perigosa” do valor nunca antes emprestado pela câmara à banca para também liquidar outros três créditos já existentes.

A deputada do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) Gilda Marques argumentou o voto favorável da bancada do PAICV por acreditarem que a ilha da Boa Vista merece mais, e que 2022 vai ser o ano de realizações para alavancar a ilha, sendo que, observou, 2021 foi um ano de análise das condições de todos os sectores.

Por sua vez, o deputado do Partido Popular (PP) José Ferreira indicou que a sua bancada votou a favor por acharem que seria oportuno colocar em primeiro lugar os interesses da Boa Vista e depois chegar aos interesses partidários, porque, conforme elucidou, enquanto houver interesse partidário em primeira mão, os interesses da ilha vão ser prevaricados.

Na terceira sessão ordinária da Assembleia Municipal foi aprovado ainda o plano de actividades para o ano 2022, com oito votos favoráveis, sendo cinco do PAICV, três do PP e cinco abstenções da bancada do MpD.

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