O presidente da UCID garantiu hoje que não existe nenhum acordo com o MpD e que apenas pediu uma reavaliação do memorando de entendimento para que se realizasse os projectos já orçamentados na câmara de São Vicente.
Conforme o presidente da União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID), João Luís, o encontro, de 21 de Fevereiro, com o líder do Movimento para a Democracia (MpD), Ulisses Correia e Silva, no qual esteve presente o presidente da câmara de São Vicente, Augusto Neves, foi para tentar resolver “ao mais alto nível” o entrave na câmara para que o memorando de entendimento, feito no início do mandato, fosse cumprido.
“Não existe acordo entre a UCID e o MPD. Existe um memorando de entendimento entre todos os vereadores e o presidente da Câmara Municipal de São Vicente. E, nesse encontro, pedi a reavaliação do memorando para que a câmara possa funcionar, para que as obras já orçamentadas possam arrancar e para que quando os munícipes procurarem a câmara não possam ser atrasados na resolução dos seus problemas”, clarificou.
João Luís esclareceu que, desde o início do mandato, o memorando “foi assinado apenas pelos vereadores da UCID e do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV)”, mas, agora “foram retirados alguns aspectos do documento e deram conhecimento ao PAICV que consentiu porque calou”.
Por isso, disse acreditar agora que o presidente da câmara de São Vicente “vai assinar o documento”.
Sobre o processo de perda de mandato, submetido pelos vereadores da UCID e do PAICV, no tribunal, João Luís disse que “a justiça não funciona em Cabo Verde porque, se funcionasse, o processo já deveria ter sido resolvido há muito tempo”.
“A não ser que os juízes não têm interesse em decidir isso, mas, por uma questão de respeito, deveriam, perfeitamente, interessar-se por esta questão e decidir. Com esta atitude o tribunal está a prejudicar o município de São Vicente e os municípios porque não toma uma decisão”, argumentou.
No entender do líder da UCID, foi o presidente da câmara de São Vicente “quem cometeu o pior erro”, desde o início, porque “não se consegue negociar com três”.
“Ele atribuiu os pelouros a todos os vereadores. Depois formou-se um bloco que está a fazer o seu trabalho que impede que ele continue a fazer aquilo que ele quer na CMSV, porque em 2016 ele esteve lá sozinho, ele fez e desfez do erário público, como bem entendeu. Após atribuir os pelouros, ele deveria ter a capacidade de continuar a negociar até o final do mandato”, defendeu João Luís para quem, “se a câmara tivesse outro presidente, com capacidade negocial e com olhos colocados no desenvolvimento, isso não estaria a acontecer em São Vicente”.
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