Política

O presidente da câmara municipal realçou parcerias feitas mas a oposição acusa-o de falta de diálogo.

Em declarações à imprensa, antes de iniciar a sessão, Francisco Carvalho, contou que dentro da política municipal, há uma dimensão que acharam ser central, e que entenderam partilhar com todos os munícipes, que é a dimensão da parceria, de diálogo, de entendimento que a câmara municipal tem estado a apostar profundamente.

“Por um lado, para poder enfrentar este contexto de ataque, de tentativa de sufoco à câmara municipal, mas por outro lado também, para poder encontrar caminhos novos, financiamentos, novas oportunidades para continuarmos a construir o desenvolvimento do município da Praia”, justificou.

Trata-se de uma promessa da plataforma eleitoral do PAICV pelo que, defendeu, não podem estribar em nenhum tipo de ataque que a câmara municipal possa estar a ser objecto para justificar a não realização de coisas.

Francisco Carvalho citou como exemplo de frutos de parcerias assentes no diálogo, a oferta de uma carinha por uma associação na França, a inauguração hoje a tarde de um centro comunitário de Água Funda, assim como planos em relação à localidade de São Martinho, de entre outros a serem apresentados durante a sessão de hoje.

“Isto é fruto de capacidade de diálogo”, garantiu, referindo ao caso de construções clandestinas em São Martinho em que, com base no diálogo, conseguiram evitar demolições de casas por ordem do tribunal.

“Dialogamos com os herdeiros, assinamos um memorando de entendimento, hoje temos um plano detalhado elaborado pronto, e vamos avançar para projectos de loteamento para todos ficarem contentes”, assinalou.

Por outro lado, acusou a oposição de não ter participado de reuniões convocadas pela câmara municipal para discussão de instrumentos importantes, como o PCCS, afirmando que é a única câmara municipal de Cabo Verde que está a fazê-lo.

Respondendo às acusações do MpD de que neste momento a autarquia deveria estar a discutir a conta de gerência e o orçamento do próximo ano, afirmou que a Câmara Municipal da Praia está mais adiantada do que qualquer outra do País, em termos de elaboração do orçamento.

Por seu lado, o deputado municipal do Movimento para a Democracia (MpD-oposição), Manuel Alves, denunciou que na convocatória não chegaram a receber nenhum documento para discussão, daí que concluiu, que esta sessão a pedido do presidente da câmara municipal, é um tipo um fórum ou colóquio que não está enquadrado na Assembleia Municipal.

“Todos os municípios de Cabo Verde já apreciaram a conta de gerência, menos a Praia, não passou pela câmara municipal até agora, quanto mais passar pela Assembleia Municipal para apreciação. É grave que uma câmara municipal em Cabo Verde, uma câmara municipal da capital da República de Cabo Verde, nos finais de Setembro, ainda não tenha apreciação de conta gerência na assembleia municipal”, advertiu.

Já o líder da bancada do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV-situação), Aquiles Barbosa, manifestou que a expectativa desta sessão é extremamente positiva, tendo em conta o tema do debate, a política municipal, as parcerias e a importância das parcerias, realçando que esta câmara municipal, desde o inicio do seu mandato, tem estabelecido várias parcerias e com resultados palpáveis.

Quanto à crítica do deputado Manuel Alves, da falta de documentação para discussão, respondeu que ele deveria informar-se junto da sua bancada, até porque, afirmou, a sessão é marcada na conferência de representantes, na presença do seu líder da bancada.

Sobre a acusação de Francisco Carvalho ser ditador, acrescentou que esta é uma apreciação que cada um faz.