Terminou em polémica o XVII Congresso da UCID realizado este fim de semana e que confirmou a eleição, outra vez, de António Monteiro como presidente do partido. Tudo porque, à última hora a candidatura de Teodoro Monteiro foi chumbada por alegadas irregularidades. O seu mandatário, Lídio Silva, optou por abandonar a reunião magna que considerou ser "um congresso à ditadura de António Monteiro».
António Monteiro foi eleito este fim-de-semana para mais um mandato à frente da UCID e anunciou o reposicionamento do partido, “não para combater a bipolarização”, mas para estar “na esfera da governação” do País.
No discurso de encerramento do XVII Congresso, que durou dois dias, no Mindelo, o presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) pediu o envolvimento, “de corpo e alma”, de todos os militantes do partido e “maior comunicação e atenção” à governação do país, quer a nível nacional quer local.
A UCID, ajuntou Monteiro, sai do XVII Congresso como um partido “renovado e capaz de encontrar soluções” para os problemas do País e quer preparar-se para as eleições autárquicas de 2020 e para as legislativas de 2021.
“Queremos dizer ao povo que a solução para Cabo Verde não passa só pelo MpD e pelo PAICV, mas que a UCID tem ideias, soluções, capacidade e quadros preparados para trabalhar e dar a Cabo Verde novas política e governação”, afirmou a mesma fonte, que vincou várias vezes no seu discurso que este foi o Congresso da renovação.
A propósito de governação do País, António Monteiro considerou que neste momento Cabo Verde “está pintado de uma única cor”, referindo-se ao Movimento para Democracia (MpD, no poder) que detém a maioria das câmaras municipais e a governação do país.
“A UCID deve ter uma postura de elevação e exigir que o Governo cumpra com aquilo que prometeu na campanha, 45 mil postos de trabalho, benefícios fiscais a micro pequenas empresas, mas a prática é coisa bem diferente”, ajuntou o líder dos democratas cristãos.
Monteiro sustentou, por outro lado, que “não vale a pena estar com o pau ou a pedra na mão” para “pura e simplesmente deitar abaixo”, por razões partidárias, aquilo que os outros propõem.
“Entendemos que a UCID que sai deste Congresso deverá ter uma postura pro-activa de ajudar na resolução dos problemas da Nação, ajudar nos problemas do país e do povo”, ajuntou.
Num recado para dentro do partido, o líder pediu uma “actuação dinâmica” para fazer o partido “mexer com força e determinação” para que os cabo-verdianos “sintam e acreditem” na UCID.
António Monteiro saudou ainda a proclamação, no congresso, da Organização das Mulheres Democratas Cristãs, que elegeu Dora Pires como presidente, e a mudança nos estatutos do prazo de realização dos congresso que de três anos passou para quatro anos.
“Uma forma de colocar o partido a trabalhar em sintonia com a realidade que o país vive, uma atitude inteligente do Congresso”, segundo António Monteiro.
As palavras finais do líder da UCID foram para o fundador do partido Lídio Silva, que abandonou os trabalhos do congresso, tendo Monteiro afirmado estar triste por tal ter acontecido porque “todos são poucos para as exigências da UCID”.
“Sempre que a UCID perde um militante é difícil e perder um militante como o Lídio Silva é mais difícil ainda, mas na vida temos as nossas opções e cada um segue o seu caminho”, ajuntou a mesma fonte, que desejou “toda a felicidade e saúde” a Lídio Silva, e que nem ele, Monteiro, nem o partido, guardam mágoa a quem “muito deu ao partido”.
O XVII Congresso da UCID terminou com os militantes, de pé, a aplaudir o ausente Lídio Silva.
António Monteiro foi eleito em lista única com 114 votos a favor, oito votos contra, seis abstenções e dois votos em branco, já que as candidaturas anunciadas de Teodoro Monteiro e Carlos Gomes “não reuniram as condições estatutárias” para ir a votos, de acordo com informação veiculada pela partido.
Com Inforpress
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