O A Nação desta quinta-feira, 31, afirma que a Cabo Verde Airlines corre o risco de ficar sem aviões no próximo Verão, porque a Icelandair e a Euroatlantic querem de volta os seus aparelhos. O primeiro-ministro desmente a informação.
A notícia do semanário do Palmarejo avisa que se perspectiva um cenário semelhante ao verificado no ano passado em que a empresa foi forçada a cancelar a quase totalidade dos voos, devido a uma avaria no seu único avião que fazia as ligações internacionais. Isto porque, refere, o A Nação, a Icelandair e a Euroatlantic querem de volta os seus aparelhos à disposição, para cobrir a demanda nesta época alta, obrigando a Cabo Verde Airlines (novo nome da TACV) a ficar sem nenhuma aeronave para o melhor período de entrada de receitas.
Em reacção, o primeiro-ministro negou a informação, “O risco que havia está resolvido. Nós temos uma companhia a preparar para a privatização e vamos fazer a privatização com sucesso”, disse Ulisses Correia e Silva depois de num primeiro momento ter recusado a comentar a notícia.
“Eu não sei onde é que o A Nação obtém essas informações. Parece que é o jornal que está nas mesas de negociações. Portanto, não posso comentar”, disse quando instando se não há nenhuma indicação de que a Icelandair não irá renovar o contrato de gestão assinado com o Estado Cabo Verde em Agosto do ano passado para gestão da TACV.
Actualmente, a Cabo Verde Airlines, a nova denominação da TACV, assegura ligações internacionais com a realização de voos para Europa, Brasil e EUA. E, ao que sabe Santiago magazine, está para chegar uma nova aeronave em Junho, já com matrícula de Cabo Verde.
Tráfego aéreo em queda
Esta notícia do semanário do Palmarejo chega, curiosamente, um dia depois de o Instituto Nacional de Estatística ter divulgado um relatório de pesquisa na qual afirma que entre Janeiro e Março deste ano o tráfego de aviões diminuiu 8,4 por cento nos aeroportos e aeródromos de Cabo Verde.
Segundo o INE, em termos absolutos registaram-se 8.505 movimentos de aeronaves, 785 movimentos a menos face ao primeiro trimestre de 2017.
Ainda assim, o INE faz saber que apesar da redução do tráfego, o número de passageiros movimentados cresceu 8,6%, isto é, o número de pessoas que viajaram entre as ilhas aumentou de 58 mil e 57, para 732 mil e 68. O movimento de carga também baixou, na ordem de 45,5 por cento.
Conforme o boletim do INE, sobre as estatísticas dos transportes que nos portos nacionais, praticamente tudo aumentou no primeiro trimestre deste ano. O número de passageiros movimentados cresceu 8,6%, a tonelagem de mercadorias movimentadas também evoluiu 8,6% e o número de contentores de 20 pés movimentados subiu 0,7%.
O mesmo comportamento se verificou a nível dos transportes urbanos coletivos. O número de passageiros movimentados cresceu 0,8%, o número de autocarros aumentou 13,7%. O total de quilómetros percorridos cresceu 37,2%, o total de horas trabalhadas aumentou 17,2% e o número de lugares oferecidos pelos autocarros aumentou 6,3%.
Comentários