A Cabo Verde Airlines vai retomar as operações em 27 de dezembro, com duas ligações semanais Praia – Lisboa, informou hoje a presidente da companhia de bandeira cabo-verdiana, indicando que a retoma será gradual.
“A TACV retomará oficialmente os voos internacionais a partir de 27 de dezembro, ligando Praia a Lisboa, com duas frequências semanais às segundas e sextas-feiras”, informou a companhia em comunicado assinado pela PCA, Sara Helena Pires.
A data da retoma coincide com a comemoração do 63.º aniversário da companhia, “dando um toque muito especial ao momento”.
“Por isso, apelamos a todos os cabo-verdianos, no país e na diáspora, que voem com a TACV, a nossa companhia de bandeira”, prosseguiu Sara Pires, informando que, numa fase inicial, as vendas de bilhetes estarão disponíveis online, através do site www.caboverdeairlines.com.
A presidente disse que as agências de viagens parceiras estarão brevemente capacitadas para a comercialização dos voos da TACV, Cabo Verde Airlines, nome comercial da companhia.
Neste momento, a retoma será gradual, tendo em conta as incertezas e bloqueios em resultado da evolução da pandemia do covid-19, e a recuperação dos mercados emissores.
“Perspetivando a estabilização dos mercados e um gradual aumento da procura, no decorrer do primeiro trimestre de 2022, serão introduzidos voos semanais a partir de Mindelo e da ilha do Sal”, frisou.
A companhia passará ainda a dispor de um programa de rebate de vouchers de voos não realizados, que permite o agendamento de viagens até dois anos após a emissão e que "visa compensar os passageiros pelos voos cancelados, fruto da súbita pandemia que assolou todas as companhias aéreas”, frisou Sara Pires.
Anteriormente, o Governo tinha apontado a retoma dos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), que não operam voos comerciais desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19, durante o primeiro trimestre de 2022.
Em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da TACV por 1,3 milhão de euros à Lofleidir Cabo Verde, empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (grupo Icelandair, que ficou com 36% da Cabo Verde Airlines – nome comercial da companhia) e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).
O Estado cabo-verdiano assumiu em 06 de julho a posição de 51% na TACV, alegando vários incumprimentos na gestão e dissolvendo de imediato os corpos sociais.
Em 26 de novembro, a Loftleidir Cabo Verde anunciou que deu início a um processo arbitral contra o Estado cabo-verdiano alegando “violação dos acordos celebrados entre as partes”, face à renacionalização companhia aérea de bandeira TACV.
Em comunicado enviado à Lusa, o grupo de origem islandesa refere que o processo arbitral decorre junto do International Court of Arbitration de Paris e afirma que a Loftleidir Cabo Verde “já tinha rejeitado todas as acusações de incumprimento contratual alegadas pelo Estado” cabo-verdiano.
O Estado de Cabo Verde “rescindiu de forma unilateral o contrato celebrado entre as partes”, gerando assim avultados prejuízos para a Loftleidir Cabo Verde”, acrescentou.
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