Segundo as projecções do Banco de Cabo Verde, o país deverá manter o ritmo de crescimento económico em torno de 5 por cento em 2019 e 2020, meta abaixo dos 7% prometido pelo Governo para esta legislatura.
De acordo com o relatório da política monetária divulgado ontem, no plano interno a conjuntura macroeconómica permaneceu favorável, de acordo com as estatísticas e os indicadores disponíveis. “O produto interno bruto (PIB) em volume cresceu 5,7% no primeiro semestre impulsionado, principalmente pelas dinâmicas de administração pública, impostos líquidos de subsídios, comércio, imobiliária e outros serviços e construção”, realça o banco central, que cita os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Aponta também para “um aumento algo estável” da taxa de inflação que deverá fixar-se em 1,2 e 1,3%, em termos médios anuais, respectivamente, em 2019 e 2020, confirmando assim as projecções do Governo.
No que se refere à balança corrente, o BCV assinala um excedente de 0,5% do PIB no primeiro semestre, reflexo, sobretudo, da melhoria da balança comercial (de bens e serviços).
“O aumento das reservas oficiais do país determinou a expansão da oferta monetária nos primeiros oito meses do ano, numa conjuntura de crescimento comedido do stock crédito ao sector privado e de alguma redução da taxa média de juros aplicada nas operações de empréstimos”, refere o documento.
A mesma fonte explica que o bom desempenho das contas externas resultou na acumulação das reservas internacionais líquidas do país na ordem dos 41 milhões de euros.
“A balança global deverá permanecer excedentária e as reservas internacionais líquidas deverão cobrir 5,88 e 5,69 meses de importações de bens e serviços em 2019 e 2020, respectivamente”, realça.
Citando os dados do Ministério das Finanças, indica que o stock da dívida pública fixou-se nos 117% do PIB no final do primeiro semestre contra os 124% do PIB no primeiro semestre de 2018.
Quanto ao crescimento do crédito à economia projecta que em 2019 e 2020 este poderá aproximar-se dos 3 a 4%, respectivamente, em linha com os desenvolvimentos e as expectativas mais recentes de evolução da actividade económica e na perspetiva de maior eficácia das medidas orçamentais de partilha de risco.
Perante esse contexto e tendo em conta a perspectiva as pressões contidas nos preços no consumidor e na balança de pagamentos, bem como uma dinâmica sustentada da procura agregada, o BCV adianta que deverá dar continuidade, nos próximos meses, a actual orientação da política monetária, mantendo-se, contudo, atento a riscos que possam ameaçar a estabilidade das reservas internacionais líquidas do país.
Com Inforpress
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