O vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, reconheceu hoje que Cabo Verde enfrenta ainda muitos desafios nos serviços dos transportes aéreos e marítimos, tendo, no entanto, afirmando que a situação está muito melhor do que em 2016.
O governante, que é também ministro das Finanças fez estas afirmações durante a sua intervenção na sessão de encerramento do primeiro debate parlamentar deste mês sobre o sector dos transportes em Cabo Verde, tema proposto pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV-oposição).
Olavo Correia iniciou a sua intervenção tecendo criticas a oposição que, no seu entender, tem “diabolizado e pintado o país de negro”, realçando que todos têm a obrigação de promover a confiança no desenvolvimento do país visando gerar oportunidades para os jovens cabo-verdianos em todas as ilhas do País.
“Este debate demonstrou ser um debate refogado, mas nesses momentos que vivemos temos de procurar criar, inovar, construir e temos de evitar reciclar novos conceitos, trazer abordagens antigas e propostas que foram testadas e que foram rejeitadas pelo povo cabo-verdiano (…)”, sugeriu.
Segundo este governante, o debate parlamentar sobre os transportes aéreos e marítimos em Cabo Verde veio confirmar uma visão do Governo de Cabo Verde suportada pelo MpD, que realça a importância dos transportes da conectividade e mobilidade para o futuro do país.
“Queremos fazer de Cabo Verde o ‘hub’ de transportes e queremos conectar Cabo Verde consigo próprio e com o mundo. Temos um serviço dos transportes com mais segurança, qualidade e regularidade, com melhor oferta que a nível dos transportes aéreos, quer ao nível dos transportes marítimos”, declarou.
De acordo com o ministro, ficou de igual modo confirmada a visão de que Cabo Verde pode ter um serviço de transporte aéreo e marítimos prestado por empresas privadas com uma regulação forte, frisando, no entanto, que não obstante a crise provocada pela pandemia da covid-19, a crise provocada pela guerra na Ucrânia, este modelo está a funcional e deve continuar.
“Temos de reconhecer que nem tudo está óptimo, mas todos nós reconhecemos que estamos muito melhor do que estávamos antes. Temos desafios a vencer, temos de melhorar o nível de serviços, melhorar a regularidade, melhor capacidade a nível dos serviços nas épocas altas e temos de reforçar toda a nossa capacidade em matéria da garantia das condições contratuais enquanto Estado”, disse.
Entretanto, pontuou, a visão do Governo passa pela criação da Zona Económica Especial Marítima em São Vicente, criação de uma zona económica especial aérea na ilha dos Sal, construção de aeroportos, pelo licenciamento ou construção dos portos de Cabo Verde, engajamento na edificação de um corredor marítimo juntamente com a CEDEAO e entre outros.
Olavo Correia reiterou, por outro lado, que o trabalho que está sendo feito irá permitir, nos próximos meses, a estabilização e melhoria do nível de serviço prestado aos cabo-verdianos, quer a nível dos transportes aéreos, como dos transportes marítimos.
“Temos melhorias a introduzir no sistema, queremos prestar o melhor serviço aos nossos cidadãos. Isto tudo requer trabalho, visão persistência, resiliência e requer, sobretudo, um sentido de dever em termos de prestação de serviço de qualidade aos nossos cabo-verdianos e as empresas cabo-verdianas”, concluiu.
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