O montante global a ser bonificado é de 100 mil contos - cerca de 10 mil contos para cada instituição de micro-finança no país. E o Governo promete aumentar o valor em função dos resultados conseguidos.“Esse protocolo vai permitir que as IMF aumentem a sua carteira de negócios e garantir a sua ascensão”, observa Jacinto Santos.
O Governo vai bonificar as taxas de juros dos créditos dos bancos comerciais às Instituições de Micro-finanças (IMF) em 50 por cento num montante global de até 100 mil contos. O protocolo institucional sobre esta matéria foi assinado hoje entre o Ministério das Finanças, a Associação dos Profissionais das Instituições de Micro Finanças de Cabo Verde (APIMF-CV) e os bancos comerciais (BCN, Banco BAI, Caixa Económica e Ecobank) por forma a que os bancos possam disponibilizar créditos às IMF num risco repartido com o Estado.
Quer dizer, a partir de agora as Instituições de Micro-finanças vão poder ter acesso ao dinheiro nos bancos comércios por uma taxa de juros máximo de 4,5% (metade do que os bancos normalmente cobram), o que deverá resultar também na redução das taxas de juros praticadas por essas mesmas Instituições das Micro-finanças na hora de emprestar dinheiro.
A ideia, segundo o ministro das Finanças, Olavo Correia, é de combater o assistencialismo, promover o emprego para que cada cabo-verdiano possa viver do suor do seu próprio esforço, combater a informalidade e a exclusão financeira.
“Nós estamos a criar esse ecossistema bonificando taxas de juros, estabelecendo parcerias com as sociedades bancárias para poder disponibilizar créditos às IMF, assumindo o Estado, nesse caso, 50% da bonificação da taxa de juros, que é um apoio extraordinário para as instituições de micro-finanças”,
Olavo Correia salientou que essa taxa de juros é muito inferior àquela que era praticada pelo próprio Novo Banco, pelo que acredita que o Novo banco agora extinto não fará falta nenhuma para o sector das micro-finanças.
O montante global a ser bonificado é de 100 mil contos e até 10 mil contos para cada IMF. Olavo Correia adianta que o Governo poderá aumentar esse valor em função dos resultados conseguidos.
“Nós queremos garantir emprego e rendimento, combater a informalidade e promover a inclusão financeira. Se isto acontecer estaremos disponíveis para aumentar grandemente o montante em termos de financiamento às IMF. Temos de avaliar os resultados e cada escudo que estamos a meter nas micro-finanças”, disse.
Segundo o presidente das APIMF-CV, Jacinto Santos, neste momento estão em efectividade de funções em Cabo Verde nove instituições de micro-finança. O sector é considerado, de acordo com os padrões internacionais, de emergente e com potencialidades para o desenvolvimento. De 2009 a 2016 aumentou as suas operações a nivel global, passando de 52 mil para 60 mil e em matéria de clientes activos passou 8681 para 11603. A carteira activa cresceu de 442 mil para 600 mil contos e o volume de transacções de 3 mil para mais de 4 mil contos.
Dados não confirmados, avançados por Jacinto Santos, estimam que existam globalmente entre 35 a 40 mil novos clientes.
Quanto ao valor médio dos micro-creditos de 2009 para 2016 passou de 51 mil escudos para 89 mil escudos, um valor inferior ao praticado pelos bancos comerciais, o que na perspectiva de Jacinto Santos demonstra que o sector tem seguido a vocação que é promover a ascensão das camadas mais pobres em Cabo Verde.
“Esse protocolo ora assinado vai permitir que as IMF aumentem a sua carteira de negócios e garantir a sua ascensão”, disse o presidente da APIMF-CV.
Da parte dos bancos comerciais assinaram o protocolo a Caixa Económica de Cabo Verde, o Banco Cabo-verdiano de Negócios (BCN), ECOBANK e o Banco BAI.
Com Inforpress
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