O coordenador do Quadro Integrado Reforçado (QIR) do Ministério da Economia reconheceu esta terça-feira, em Assomada, Santa Catarina, que o acesso ao financiamento tem sido um “problema” para as pequenas e medias empresas.
“O acesso ao financiamento tem sido um problema para pequenas e medias empresas não só em Cabo Verde, mas a nível mundial (países em vias de desenvolvimento) ”, revelou o coordenador do QIR, Gilson Lima, em declarações à imprensa no âmbito da apresentação da formação em arte de cabedal destinado a 16 jovens das localidades de Ribeira da Barca e Rincão, do concelho de Santa Catarina.
Segundo ele, tal dificuldade deixa as empresas nacionais “fragilizadas”, ou seja, faz com que não estejam no mesmo patamar para competir com empresas estrangeiras. “Informalidade é uma questão a ser resolvida em Cabo Verde, a sua taxa ainda é alta”, disse, lembrando que o QIR junto com os parceiros tem trabalhado para que o sector saia do informal para formal, ou seja, que estejam devidamente registadas, com impostos em dia, porque os vai trazer benefícios.
Relativamente à formação em artes de cabedal, informou que este financiamento de mais 200 contos não contempla apoios para aquisição de materiais para os formandos, tendo pedido envolvência de outras entidades, principalmente a autarquia, para que os jovens formados possam criar os seus próprios negócios.
Conforme explicou, a formação que está enquadrada no plano de actividade do QIR para este ano em curso, tem como objectivo capacitar pessoas, principalmente mulheres, para que possam ter alguma actividade que os possa gerar rendimentos.
Entretanto, concretamente a esta formação realizada em parceria Atelier Beto Diogo, através do projecto “Atelier Móvel”, disse que a mesma visa capacitar pessoas para que possam desenvolver algum “produto”, acreditando que a arte em cabedal é uma das vias para terem algum rendimento e desenvolver o comércio dentro das comunidades.
Por seu turno, o formador e mentor do projecto “Atelier Móvel”, Beto Diogo, que partilha da mesma opinião do Governo concernente às dificuldades no financiamento, defende que o mesmo é um “défice” que tem que ser colmatado, porque senão vai ser um “desperdício” formar jovens e não os apoiar na aquisição de materiais para montarem os seus próprios negócios.
No que tange à formação que se enquadra no projecto “Atelier Móvel” explicou que a ideia é levar a formação às próprias localidades, tendo em conta que os formandos não têm condições financeiras para se deslocarem para a cidade de Assomada.
A formação de um mês (com deslocações de três vezes por semana) vai decorrer nas localidades de Ribeira da Barca e Rincão, vai colocar tónica nas aulas práticas em tudo que seja arte em cabedal e culminará a com uma exposição com todos os produtos feitos durante a formação.
Com Inforpress
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