Os emigrantes cabo-verdianos enviaram para o arquipélago, em média, um recorde de cerca de 82 mil escudos (747 mil euros) de remessas por dia no primeiro semestre de 2022, mais 40% face ao ano anterior, conforme dados compilados hoje pela Lusa.
De acordo com dados de um relatório estatístico deste mês do Banco de Cabo Verde (BCV), de janeiro a junho de 2022 as remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos cresceram para quase 17.622 milhões de escudos (158,6 milhões de euros), face aos quase 12.584 milhões de escudos (113.2 milhões de euros) no mesmo período do ano passado.
Trata-se de uma média diária equivalente a 82.364$00 (747 mil euros), quando no período anterior de 2021 rondou os 58.548$00 (531 mil euros).
A população de Cabo Verde ronda os 500 mil habitantes, mas o Governo estimou recentemente que mais de um milhão e meio de cabo-verdianos vivem na Europa e Estados Unidos da América (EUA), estando o sistema financeiro do arquipélago dependente das remessas desses emigrantes.
Nos primeiros seis meses do ano, os emigrantes cabo-verdianos nos EUA voltaram a liderar no envio destas remessas para Cabo Verde, com um total de quase 5.059 milhões de escudos (45,5 milhões de euros), seguidos dos que vivem em Portugal, com mais de 4.098 milhões de escudos (36,9 milhões de euros).
As remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos para o arquipélago já tinham aumentado 22,1% em todo o ano de 2021, para um recorde superior a 25.833 milhões de escudos (232 milhões de euros), segundo dados anteriores do banco central.
Em todo o ano de 2020, os emigrantes cabo-verdianos enviaram remessas no valor de mais de 21.142 milhões de escudos (190 milhões de euros), que foi então um novo recorde, aumentando praticamente 3,5% face ao ano anterior.
Entre o total de remessas em divisas enviadas em 2021 lideraram, tal como no ano anterior, as provenientes dos emigrantes cabo-verdianos nos EUA e em Portugal, que totalizaram, respetivamente, 8.596 milhões de escudos (77,2 milhões de euros) e quase 6.749 milhões de escudos (60,6 milhões de euros).
A Lusa noticiou anteriormente que as remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos em Portugal caíram quase 14% em 2020, sendo ultrapassadas pelas provenientes de França e dos Estados Unidos da América.
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, reconheceu no final de 2020, no parlamento, a importância para a economia nacional das remessas enviadas pelos emigrantes, que continuavam a crescer e representam já 11,3% do Produto Interno Bruto (PIB) cabo-verdiano.
“As contribuições das remessas dos emigrantes têm sido importantes ao longo da história de Cabo Verde. São importantes para as famílias, para o financiamento da economia cabo-verdiana e também demonstra que a confiança tem aumentado, mesmo no período da pandemia”, afirmou.
O governante explicou que as remessas valiam 10,6% do PIB, em média, na legislatura de 2012 a 2015, mas que subiram para 11,3% no período de 2016 a 2019.
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